O reforço do BE é a garantia de mudanças efetivas de políticas
A Autonomia das ilhas foi uma conquista de abril, mas na interpretação do PSD é um sucedâneo do separatismo, que foi artificial e não mais que uma reação das elites protegidas de Salazar à ameaça de um regime comunista em Lisboa.
Esta é a linha de rumo do PSD, proteger a classe dominante herdeira do salazarismo e apoiar uma burguesia mais moderna.
O PSD reivindica o titulo de campeão da Autonomia e levanta o espantalho do inimigo externo para tentar condicionar a oposição regional e ocultar os seus verdadeiros objetivos.
À conta das obras públicas e das concessões de serviços públicos uma nova classe empresarial domina a economia e a sociedade na Madeira. De tal modo que se libertou do PSD e está em posição de escolher o partido que melhor condições lhe oferece.
O Bloco defende uma Autonomia diferente, para o Povo, emancipadora, que rompa com os historicos obscurantismo e miséria e com o fadário da emigração.
Pela primeira vez há uma forte possibilidade do PSD deixar o poder. Mas isso só não basta, queremos uma rutura com a o enfeudamento da política aos negócios.
Se um voto no BE ou no PS contam igual para derrotar o PSD, um voto no BE contam muito mais para um mudança efetiva das políticas.
O PS afigura-se como provável eixo do futuro governo e os grupos económicos mostram-se confortáveis. Preocupa-os é o cenário de um governo com influência do Bloco de Esquerda!
É inevitável confrontar o PS com a insuficiência das suas propostas. Isso não beneficia o PSD, mostra sim a radicalidade das propostas do Bloco e a importância de termos força para impormos mudanças significativas.
Quando o PS se encosta aos interesses dominantes, merece a nossa crítica;
Quando ultrapassa o PSD pela direita ao cobrar a promessa do cheque cirurgia, merece a nossa crítica.
O que ajuda o PSD é embarcarmos na chantagem do inimigo externo, sem desmistificar que se trata de cortina de fumo para ocultar as suas políticas erradas e a sua incompetência, ocultar o verdadeiro inimigo do Povo, que mora na Madeira e não em Lisboa.
O que ajuda o PSD é fazer coro nas reivindicações face a Lisboa e sem chamar a atenção para as responsabilidades da governação regional.
Sair da ilha é um pesadelo, preços abusivos, cancelamentos … a culpa é do PSD que escolheu liberalizar e acabou com o serviço público (nisso tem o apoio do PS, CDS, JPP).
O PSD aponta o dedo à TAP, mas esta só abusa porque o PSD criou as condições que lhe permitem abusar. O nosso alvo é o PSD, é a liberalização, não é a TAP!
Se não há um hospital em condições é porque o PSD não quis, desbaratou milhões em obras inúteis e deixou a saúde num caos. O que se nos exige é apontar as responsabilidades do PSD e não protestar contra a República ao seu lado. É sermos consistentes na oposição ao Governo Regional.
Só o crescimento do Bloco permitirá a rutura política necessária na Madeira. Isso viu-se no debate potestativo sobre as concessões de serviços públicos que o Bloco requereu. Os quatro partidos com maior representação parlamentar (PSD, CDS, JPP e PS), não querem alterar o quadro em vigor.
O compromisso do Bloco é com a defesa intransigente do interesse público. O reforço do Bloco é a garantia de mudança efetiva de políticas e não mera substituição de atores.
(comunicação à XI Convenção Nacional do BE, a 10/11/2018)