“É importante uma voz forte contra a desigualdade”

Na Feira do Santo da Serra, Catarina Martins falou do aumento dos preços e dos salários “mais baixos” na região autónoma. Na habitação fazem-se “casas para os magnatas ricos que venham de outros países” mas “quem cá trabalha” não consegue ter casa. Razões de sobra para fazer voltar a voz do Bloco ao parlamento regional.

Na manhã deste domingo, Catarina Martins e os candidatos às próximas eleições regionais da Madeira, Roberto Almada e Dina Letra visitaram a Feira do Santo da Serra. Numa altura de pré-campanha eleitoral, a coordenadora do Bloco julga necessário “discutir os problemas” da região. Dos baixos salários à inflação passando pela crise na habitação.

A dirigente bloquista sublinha que a Madeira “está com uma inflação muito alta” que se compara “com os locais do país onde os preços mais subiram”. Mas nesta região autónoma soma-se um outro problema: “tem salários mais baixos e portanto a desigualdade e a dificuldade de vida que se sente em todo o país na Madeira sente-se de forma particular”.

A habitação é uma das áreas em que as subidas de preços se têm feito sentir. As notícias sobre as recentes estatísticas da habitação do Instituto Nacional de Estatística colocam o Funchal no topo da lista das subidas dos preços das habitações fora de Lisboa e Porto com um aumento de 23,4% no quarto trimestre de 2022. O Bloco está preocupado e Catarina Martins nota que na Madeira até está a ser construída nova habitação. Só que “é tudo segmento de luxo: estão-se a fazer casas para os magnatas ricos que venham de outros países para cá”. E, ao mesmo tempo “quem cá vive, cá trabalha, recebe um salário, não consegue arrendar uma casa, não consegue comprar uma casa, é impossível”.

Um problema que “é difícil para todas as gerações” mas que no caso dos mais jovens coloca em questão “como é que podem pensar ter um futuro aqui, cá ficar, se o que lhes oferecem é emprego precário, de longas horas, com salários muito baixos e não conseguem arranjar uma casa”. Ao mesmo tempo, “temos o governo regional e o presidente da Câmara do Funchal a dizer que está tudo bem, que venham mais vistos Gold, mais construção de luxo para os magnatas ricos desse mundo todo. para as pessoas daqui é que continua a não existir uma casa que as pessoas possam pagar”.

Face a isto, “tem faltado a voz do Bloco de Esquerda no Parlamento Regional” vinca a porta-voz bloquista, sendo portanto “tão importante que o Bloco possa voltar ao Parlamento Regional e seja uma voz forte para defender quem vive do seu trabalho e contra esta desigualdade”.

Na legislatura anterior, “houve algum eleitorado que tradicionalmente votou no Bloco de Esquerda e que sentiu que talvez pudesse encontrar na coligação do PS uma forma de obter uma mudança”. Porém, tal “não aconteceu e o que vimos é que a oposição no Parlamento ficou mais frágil”. Neste momento “não há a oposição aguerrida que as pessoas da Madeira sentem reconheceram ao Bloco, ao Roberto Almada” e “toda a gente percebe como faz falta termos essa força no Parlamento Regional”.