De besta a bestial, o branqueamento de Jardim - o "Bokassa da Madeira"
Jardim, chamado por Jaime Gama de o “Bokassa da Madeira”, está a ser figura central da campanha eleitoral das regionais, para PS e PSD passou de besta a bestial e ambos disputam o voto dos seus saudosos apoiantes.
António Costa, na ultima passagem pela Região, disse que há uma orfandade de Jardim na Madeira, e que não é Jardim quem quer, numa tirada para de atingir Albuquerque, o candidato do PS às regionais, por seu lado, diz em tom elogioso que “Jardim é uma personalidade inigualável”, são afirmações que geram a maior perplexidade.
Jardim foi um apoiante e protegido da ditadura de Salazar, cantou loas à guerra colonial na imprensa regional. Depois do 25 de abril virou autonomista convicto, mas só para proteger os seus privilégios, ameaçados pela revolução. O movimento bombista só cessou as suas ações criminosas com Jardim em presidente do Governo.
O epíteto de Bokassa da Madeira foi inteiramente merecido pela forma autoritária como exerceu o poder, ofendeu e perseguiu adversários, desrespeitou as instituições democráticas, expulsou jornalistas, controlou a imprensa e alimentou os grandes grupos económicos que hoje controlam toda a economia regional. Levou a Madeira à bancarrota que fez tantos jovens emigrarem, levou a falência pequenos negócios, fez muitos madeirenses perder o emprego e a casa.
Não foi Jardim quem mudou. A política de Albuquerque é a mesma e velha política de Jardim, gastar milhões para fazer inaugurações e ganhar as eleições, pelo meio cria milionários.
Com esta colagem o PS quer ser alternativa ou o mais fiel [que o PSD] continuador das políticas de Jardim? Como se permite elogiar Jardim e ao mesmo tempo considerar esgotado o seu modelo de desenvolvimento, que nos conduzia a atual situação de pobreza, subemprego e emigração?
O PS está apostado em construir uma alternativa ou prepara-se para um bloco central, o que já foi sugerido por Jardim?
Ao contrário do PS, o Bloco não aprovou a medalha de mérito a Jardim, tem memória e um enorme respeito pelos perseguidos e enxovalhados por Jardim nestes 40 anos. A todos os social-democratas e socialistas que não se revêm na forma musculada de exercer o poder de Jardim, nem neste elogios despropositados, desafio a depositarem a vossa confiança e o voto no Bloco de Esquerda, para que uma verdadeira alternativa seja possível na Madeira.