Volta Pai Natal!

Na infância, o Pai Natal, vestido de vermelho e com um saco que cabia as prendas para todos, era uma certeza para nós porque acreditávamos nele!

Sabíamos que apesar de ele ser um só, tentava não se esquecer de ninguém. Mas também sabíamos que ele nos observava e se tivéssemos comportamentos desadequados ele podia castigar-nos ignorando os nossos pedidos. Quando nos portávamos mal, olhávamos para cima e pedíamos desculpa.

Ele valorizava e gratificava os nossos comportamentos de defesa e respeito pelo outro, onde ninguém pode valer mais.

Afinal só recebia a atenção dele quem fazia por merecer, acreditávamos no seu poder e não tinha nada a ver com a prenda. Era um dos nossos juízes morais!

E agora? Onde está o Pai Natal? Morreu?

Se não há fé na ciência, no outro, nos representantes do governo, nos políticos, nas propostas políticas e até em nós. Onde está o Pai Natal?

Já ninguém acredita em nada, o mundo está desconfiado.

A mentira é normalidade? A verdade está muda? Deixamos de saber comunicar, ouvir e deixamos de explicar as coisas como nas cartas ao pai Natal. Confiando…

A má informação/comunicação gera confusão, sem congruência, “mandam/exigem” o que não fazem. Faz o que te digo e não faças o que eu faço:

“Pai Natal comi muitos chocolates, não devia, mas a minha mãe também os come!”.

A informação à nossa volta está muito confusa, influenciada pelos “peritos da rua/sofá” (pessoas não especialistas no tema) lado a lado com especialistas informando contraditoriamente.  Há peritos por todo o lado, alguns bem pagos, mas a diferença entre os peritos atuais com os dos de antigamente é que os atuais têm muitas certezas. Colocando ainda mais dúvidas nas nossas cabeças. Tanto ruído…

“Pai Natal, o que significa “portar-se bem”? Não gosto de picas, nem de cotonetes mas gosto de aldeias de Natal.”

Na dúvida e na confusão mental, emerge o medo que bloqueia a ação necessária à nossa sobrevivência. A ação de ir ao médico, de fazer um teste, de vacinar-se. São todas ações coletivas e muito importantes. Votar também é!

Quando se perde o coletivo, emerge o individual, surgindo funcionamentos mais egoístas. Cada um por si. O Pai Natal já não vai a todas as casas?

EU e EU perante tudo o que nos rodeia o Eu fica fora do coletivo/grupo/sociedade. O EU emerge e nega o Pai Natal: “Os outros não importam, ninguém vê ninguém”, reina a impunidade.

Quero, posso e mando! Comandado por um EU sem fé:

“Sou apenas o passageiro” Cabrita

“A minha ausência é ato de legítima defesa contra uma injustiça injusta” Rendeiro

 

Estas pessoas são um reflexo desta sociedade cheia do “Eu sou impune, que se lixe os outros!” Não querem um Pai Natal que pense em todos, mas alguns de nós genuinamente acha que, na verdade, o Pai Natal está a respirar muito mal com a Covid, mas não morreu!

As políticas defendidas e os deputados/as que serão eleitos/as para a Assembleia da República, têm OBRIGATORIAMENTE de salvar o Pai Natal.

Temos de voltar a acreditar no outro, temos de voltar a confiar no que ouvimos e vê-lo a ser defendido por quem o diz. Os orçamentos têm de ser congruentes, para nos salvar a todos do grande risco que é “cada um por si”, porque num mundo onde perdemos o respeito pelo outro, a liberdade e os direitos de muitos perdem-se. É OBRIGATÓRIO ter um governo que faça um orçamento justo e que responda a todos!  Se o Pai Natal tem Covid! Vamos salvá-lo!

Bom Natal para todos e todas. “Somos todos iguais e com os mesmos direitos” dirá o Pai Natal, quando puder voltar a falar.

Até fevereiro, estou na lista de candidatos a esta grande mudança. Votem!