Privatização do lar da Bela Vista foi a pior coisa que aconteceu
Numa iniciativa realizada junto ao Mercado dos Lavradores, o Bloco de Esquerda deu conta que tem recebido relatos de "refeições tomadas a horas tardias; de atrasos na toma da medicação; de falta de água quente para banhos; de falta de pessoal para garantir a higiene dos utentes; do cansaço extremo dos profissionais que ali trabalham devido à redução drástica do número de trabalhadores enquanto o número de utentes se mantém".
O Bloco de Esquerda considera que "a privatização do lar da Bela Vista foi a pior coisa que aconteceu às pessoas que ali vivem e trabalham, estando em causa a sua dignidade, assistência e segurança", acusando a Segurança Social, "a quem compete fiscalizar os lares", de inação.
O Bloco entende que a privatização do estabelecimento foi "uma decisão incompreensível", tendo em conta a existência de "verbas do PRR", pelo que classifica o processo de estar "envolto numa tremenda falta de transparência e num trajeto monopolista e rentista dos cuidados aos idosos", algo que diz ser "normal" na governação do PSD-M, "que constrói com dinheiro público, para depois fazer negócio para entrega ao grupos privados".
O Bloco de Esquerda defende:
Um inquérito a todo o processo de privatização do Lar da Bela Vista pelo Governo Regional, numa altura em que o PRR prevê milhões de euros para a área dos cuidados;
A reversão imediata desta privatização;
A criação de uma rede pública de cuidados que assegure a todas e todos os madeirenses e suas famílias a assistência devida na velhice;
Que o Hospital Central do Funchal seja convertido num lar e integrado na rede de cuidados continuados, após a abertura do novo hospital".