Vai correr tudo bem

Não somos iguais, e ainda bem. Mas queremos ter as mesmas oportunidades e os mesmos direitos

Se há frases que têm marcado a minha vida, nos últimos tempos, é a que está incluída no título deste artigo. Ter uma visão e um pensamento positivo, acreditar que tudo vai dar certo, mesmo que o coração nos aperte, é um lema fundamental para a nossa vida.

Toda a gente vive momentos bons, e outros nem tanto. Toda a gente ri e toda a gente chora. Toda a gente quer ser feliz. Toda a gente quer ter saúde e, às vezes, a vida dá respostas ingratas. Mas, se pensarmos positivo perante as adversidades, de certeza que iremos sofrer menos e tiraremos muito mais prazer da vida.

Tenho tido muitos exemplos do que afirmo. Comigo e com outras pessoas que amo. São elas que, diariamente, me recordam que a vida é para ser vivida com positivismo e sem perdas de tempo, com o que, ou quem, não interessa. Não vale a pena perder o nosso valioso tempo com desperdícios e com maldades, até porque haverá sempre pessoas que não nos vão entender. Que nos vão menorizar com a sua suposta superioridade. A essas, eu também desejo que corra tudo bem.

Gosto de acreditar que o ser humano tem em si mesmo a capacidade de amar e de transformar, para melhor, os lugares onde habitam. Ainda sou capaz de acreditar que vale a pena insistir nas causas em que acreditamos. Com humildade, mas com a firmeza que as mesmas nos pedem. Acredito que existem pessoas com capacidades, que muitas vezes estão escondidas, porque nunca lhes foi dada a oportunidade de mostrarem o que valem. Ainda acredito que o trabalho e o esforço devem ser o motor das decisões e das transformações. O pior que pode existir é os egos individualistas se sobreporem a tudo, incluindo a amizade e camaradagem de uma vida. Ou então “os jogos de poder” passarem a ser mais importantes, do que os órgãos deliberativos.

Acredito que a nossa passagem por este mundo é efémera, e o que deixamos com ela é o que soubermos fazer pelo interesse comum. Gosto de pensar que é isso que vale a pena, e tenho muita pena quando se deita no caixote do lixo as memórias da experiência coletiva. É por isso que discordo que a maior parte das homenagens só seja feita depois das pessoas partirem. Sei que o lema do meu artigo não é o lema de muita gente, que quer que “tudo não corra bem”, para depois poderem fazer revanche e canalizar as más energias para as análises futuras. Mesmo assim, a elas eu quero que corra tudo bem.

Continuo a acreditar que, se tudo for bem feito, e bem ponderado, tenho a certeza que vai correr tudo bem. Bem precisamos de respirar um pouco de ar fresco, a todos os níveis. As estratégias podem ser diferentes, até porque a existência da diversidade é fundamental para a humanidade. Não somos iguais, e ainda bem. Mas queremos ter as mesmas oportunidades e os mesmos direitos. O tempo em que estamos a viver é rico se o soubermos aproveitar ao serviço do que é de todos/as, e não apenas nos interesses de alguns/algumas. Não desperdicemos a oportunidade de ter uma Madeira mais plural e representativa onde quem aqui vive se sinta feliz e realizada. E acreditemos, com muita convicção, que vai correr tudo bem.

 

Publicado Dnoticias.pt