A universidade e o trabalho
São muitas e muitos estudantes que passam por grandes dificuldades e obstáculos na obtenção das suas formações.
Desde logo, com os preços elevados das propinas e a falta de oferta de residências universitárias. A necessidade de habitação, e na maioria das vezes de apenas um quarto para dormir, faz do sonho dos jovens universitários uma violenta aventura. Uma habitação para estudantes é só para alguns privilegiados, e a regra são as casas partilhadas, mas a grande maioria obtém apenas um quarto. Os preços são exageradamente caros quer nas casas, quer nos quartos e acrescem todas as despesas decorrentes da estadia prolongada: água, luz, gás, alimentação, comunicações e transportes. Para poder fazer face a todas estas despesas, são obrigados a procurar um trabalho que permita obter rendimento suficiente.
Outra aventura violenta se depara aos jovens estudantes: são confrontados com exigências de vária ordem, como ter boa capacidade de lidar com a pressão, que tenham carta de condução e carro próprio, que sejam poliglotas e proactivos, empurrando-os para a polivalência, enfim, que sejam "MacGyver's" do trabalho. E o que é que oferecem? Trabalho precário, salário baixo, ausência de direitos e permanente assédio laboral.
Somos vítimas de um sistema de ensino desadequado e nivelado por baixo, que não prepara os estudantes para o mundo laboral e empurra-os para a sociedade onde impera um capitalismo selvagem. Esta situação não serve à população universitária e, por isso, contamos com o Bloco de Esquerda para lutar:
- pelo fim do pagamento de propinas;
- pela garantia de residências universitárias para todas e todos os estudantes;
- pela oferta de mais cursos e de qualidade;
- por melhores condições de trabalho à comunidade universitária (docentes e administrativos).
Por último, é necessário promover uma discussão alargada sobre o modelo de ensino a adoptar, de maneira a que os alunos possam sair das universidades bem preparados para enfrentar o mundo do trabalho.