As coisas que me dão vida
Depois de tempos mais difíceis, a vida continua a me dar oportunidades, de estar em contacto com Pessoas tão diversas e abordar temas tão diferentes, que me tem feito pensar no bom que é estar vivo e gostar do que se faz.
Participei, como convidada, no congresso do Sindicato de Professores da Madeira e foi tão bom relembrar o passado da luta e do trabalho sindical e sentir que estava a transmitir valores que nunca morrem, como a ética que colocamos em tudo o que fazemos.
Foi bom sentir que Pessoas que sempre foram tão importantes para mim e para a minha evolução, enquanto ser humano, como os/as professores/as me aceitaram com tanto respeito e com tanto carinho. Foi um dia especial. Sinto que vale a pena lutar e não baixar a cabeça perante as adversidades porque essa postura será sempre o melhor que deixamos de nós para o futuro.
Estive presente na apresentação do livro da Raquel Varela e da Luísa Barbosa, sobre a história do 25 de Abril na Madeira. É um grande contributo para a nossa história mais recente. Lembrei-me muito do Paulo e, sempre que no livro se fala da intensa actividade da UPM, só me vem à memória as suas intervenções. Acho que ele iria ficar muito contente com este livro. Só estranhei a falta de interesse por parte de alguma comunicação social...
Participei no 1º congresso do Associativismo Regional e fiz parte de um Painel de Pessoas fantásticas, com diferentes experiências associativas, mas que se enquadram perfeitamente e não se chocam entre si, bem pelo contrário. Tive pena que não tivesse existido mais participação, até porque considero que o associativismo só tem a ganhar se tiver mais ligado entre si, e se existir um calendário mais partilhado de acções e experiências, sem o controlo externo de ninguém. Sem dúvida que o associativismo precisa de mais apoio, pois o seu contributo para a intervenção cidadã continua a ser muito necessário.
Estive na inauguração da cantina social para os sem-abrigo e fiquei emocionada com o trabalho fabuloso, feito por gente verdadeiramente solidária que quer dignificar o ser humano que mais precisa de ajuda, que são as Pessoas que vivem sem teto, na rua. Um trabalho persistente e diário, que exige muita dedicação, desprendimento e amor ao próximo. Bem-haja à responsável Sílvia Ferreira e à Câmara Municipal do Funchal por apoiar este trabalho. Não podia deixar de referenciar a exposição de fotos deslumbrantes, de vários/as artistas, que poderão ser vistas e adquiridas, durante o mês de Junho, num ginásio da cidade e cuja parte da receita reverterá a favor desta causa.
Se falo neste artigo nestes quatro exemplos, é porque decidi que, neste mês, que tem tanto significado para mim, só quero falar de coisas positivas. De coisas importantes para as Pessoas. De coisas que fazem mover a sociedade. De coisas que provam que vale a pena viver. Precisamos de valores, de ética, de solidariedade verdadeira e de intervenção cidadã. Precisamos de sentir o carinho e o amor das Pessoas pelo próximo para acreditarmos de que a vida vale a pena.
Artigo publicado na edição impressa e digital do Diário de Noticias da Madeira.