Liberdade! Liberdade!

Para nós, portugueses, Abril é o mês da Liberdade. Foi na manhã radiosa de 25 de Abril de 1974, que o povo português ouviu cantar a GRÂNDOLA na rádio e acordou do pesadelo de 48 anos de fascismo

No próximo dia 25 perfaz 44 anos que os corajosos capitães do MFA derrubaram o governo fascista, aniquilaram a PIDE e outros instrumentos do regime e puseram fim à mais longa ditadura que conhecemos. Foram 48 anos de fascismo.

O Povo de Lisboa saiu à rua, acompanhou as tropas, ocupou as ruas e festejou com cravos vermelhos, que, na sua simplicidade, simboliza os sentimentos espontâneos do povo português: romântico e poeta. E por todo o país o povo foi tomando conhecimento desta revolução em curso e lançou-se ao trabalho de desmantelar o regime facínora. E nomeou outros governantes, ocupou câmaras, sindicatos e outras estruturas do regime vencido.

Foi isso que assustou a burguesia parasita que, paulatinamente, se alimentava como carraças naquela mesa que, mesmo escassa, só para eles era suficiente para viveram confortáveis e submeterem um bando de plebeus que viviam de costas dobradas e lhes tiravam o chapéu ou o boné à sua passagem. Por isso reclamam dos excessos do 25 de Abril.

Pois eu digo que houve muita brandura. Os pides e governantes deveriam ter sido julgados e punidos pelos crimes que cometeram, pelas prisões de políticos opositores e sindicalistas, que em grande parte morreram no campo de concentração do Tarrafal de Cabo Verde. Sim, porque em Portugal houve campos de concentração. Além do Tarrafal, havia campos de concentração às dezenas, só em Angola. E também pela morte de milhares de jovens portugueses que morreram na guerra colonial, assim como angolanos, moçambicanos e guineenses que lutavam pela libertação dos seus países. E ainda por todos aqueles que atravessaram fronteiras a salto, procurando pão noutros países, porque em Portugal, a fome e a opressão matavam de diversas maneiras.

Mas os responsáveis pelo fascismo em Portugal nunca foram julgados pelos crimes que cometeram.

Porém, o dia 25 de Abril de 1974 abriu um caminho de liberdade nas nossas vidas e conquistámos direitos e garantias, entre elas o direito ao voto que, apesar de não ser suficiente, criou condições para escolhermos aqueles e aquelas que nos hão-de governar e representar em diversas áreas políticas, sociais e profissionais. Nem sempre acertamos, é verdade, mas vamos tentando, com esforço, inteligência e persistência conseguimos intervir na nossa vida colectiva.

Apesar dos pesares, das chamadas crises e das falcatruas dos poderosos, temos razões para festejar o DIA 25 DE ABRIL, porque representa libertação e poder de intervenção.

VAMOS CANTAR A LIBERDADE!

 

Publicado em Dnoticias.pt