Portos: vira o disco e toca o mesmo?!
Há cerca de duas semanas começaram a dar à estampa várias notícias, fabricadas pelo governo regional, que tiveram por objetivo dar a ideia de que o Executivo de Albuquerque estaria a cumprir algumas das suas promessas eleitorais e, com esses anúncios que - disseram alguns papagaios ao serviço do regime – esvaziariam algumas das bandeiras da oposição. Era bom que fosse verdade que alguns dossiers estivessem em vias de ser resolvidos, pois bandeiras, como chapéus, há muitas e nós temos muitas bandeiras para continuar a luta por uma vida melhor para o Povo destas Ilhas. Só que estes anúncios se arriscam a não passarem de bluffs ensaiados para tentar ludibriar a opinião pública madeirense e portossantense. Atiram para Bruxelas a resolução do Ferry prometido e, se não conseguirem resolver tal dossier, dirão que não é deles a responsabilidade pois “Bruxelas, o Costa, a Catarina, o Jerónimo e o Papa é que tinham a responsabilidade de solucionar tal imbróglio”. E tudo tentarão fazer para que tenhamos uma espécie de ‘amnésia coletiva’ e nos esqueçamos que correram com o Armas e recusam insistentemente baixar as taxas portuárias elevadas que levaram o armador canariano a abandonar a Madeira. Tentaram também ‘arengar’ uma historieta em torno de uma pretensa reformulação das operações portuárias, com a abertura de um concurso que promete deixar tudo na mesma. Querem apostar que será novamente o Grupo Sousa a vencer o concurso para a concessão das explorações portuárias na Madeira?! Ou alguém acredita que, por exemplo, os dois grandes parceiros internacionais do grupo monopolista regional, que com este gerem um terminal em Lisboa, virão concorrer contra o seu parceiro madeirense?! Para acabar com o monopólio explorador dos madeirenses, só há uma solução: a implementação de um modelo público para a exploração portuária que liberte os madeirenses das garras dos Donos Disto Tudo. Se a exploração das operações portuárias é rentável – e de que maneira! – para o grupo privado monopolista, seria também rentável se explorado por uma entidade pública. Cá estaremos para ver e oxalá estejamos enganados...
Artigo de opinião publicado na edição impressa e digital do Diário de Notícias da Madeira