Subsídio ao transporte individual não faz sentido em plena pandemia

Gastar um milhão euros para apoiar a compra de 200 carros novos, para quem tiver 25.000 euros disponíveis faz algum sentido em plena pandemia, não há outras prioridades?

O Governo Regional continua a querer gastar um milhão de euros para subsidiar a aquisição carros elétricos novos no meio da pandemia, como se não se passasse nada?
Ao atribuir 5.000 euros, dá para 200 carros novos, não há outras prioridades?
E que famílias podem habilitar-se a este apoio? As que tiverem disponíveis outros 25.000 euros para comprar um carro elétrico novo, que custa próximo de 30.000. Ora quem tem disponíveis 25.000 euros para gastar num carro novo não precisa da ajuda do Governo, muito menos se aceita numa altura em que tanta gente está a perder o emprego e sem perspetivas de o recuperar. É uma despesa descabida, fora da realidade em que vivemos.

O dinheiro de todos nós vai servir para a compra de carros para uso particular? Mesmo numa situação normal (antes da pandemia) fazia pouco sentido. Se fosse para ajudar a renovar a envelhecida frota de táxis, para atividades que fazem uso intensivo das viaturas, ou para incentivar modalidades inovadoras de mobilidade partilhada, compreender-se-ia.

Este programa deve ser suspenso durante a pandemia, e reavaliado no final. Verifica-se que a circulação de carros nas estradas sofreu uma redução dramática, cenário que deve manter-se por mais alguns meses, qual a lógica de manter este programa em vigor - subsidiar a compra de carros novos para ficarem guardados nas garagens? A mobilidade sustentável só será conseguida com o transporte coletivo, não com o individual, ainda que seja eletrico.

 

(imagem jm-madeira.pt)