Roberto Almada: Bloco “é única voz forte contra privilégio de alguns” na Madeira

Candidato às legislativas regionais da Madeira frisa que o Bloco faz falta no Parlamento porque é “necessária uma oposição forte, sem medo de denunciar os negócios que enriquecem alguns à conta do empobrecimento da Região”, e que se bate “pelos direitos e respeito devidos a todas as pessoas”.

Em entrevista ao Jornal da Madeira, Roberto Almada é perentório sobre o que motiva a sua candidatura às eleições legislativas regionais da Madeira de 2023: “O Bloco faz falta no Parlamento”, destaca.

De acordo com o candidato bloquista, é “necessária uma oposição forte, sem medo de denunciar os negócios que enriquecem alguns à conta do empobrecimento da Região, e que abrace as lutas por melhores serviços públicos e melhores salários, por mais coesão social e pelo direito à habitação”.

Roberto Almada considera que “o Governo Regional e a generalidade dos partidos continuam amarrados ao passado”. O candidato refere, por outro lado, que existem cada vez mais pessoas, “jovens e menos jovens, que são solidárias e atentas aos problemas da Região e do mundo”. E acrescenta que “estas pessoas encontram-se na candidatura do Bloco e são a sua força”. Exemplo disso é a candidatura bloquista ter escolhido como seu mandatário Hélder Spínola, “um ambientalista com uma ampla intervenção cívica”.

Roberto Almada também não tem qualquer dúvida sobre o que diferencia o projeto do Bloco dos demais.

“Há novos e velhos partidos de direita a disputar um lugar no Governo. Querem o seu quinhão. E há ainda os que desistiram de ser oposição como o PS, que na República impõe a mesma desigualdade e que também é submisso aos grandes grupos”, avança o candidato.

Já o Bloco “é a única voz forte contra o privilégio de alguns e pelos direitos e respeito devidos a todas as pessoas”, continua.

 

“Extinção dos vistos gold e dos benefícios que favorecem a especulação”

A Madeira não escapa à crise da habitação. Aliás, “é a região do país onde o preço da habitação mais subiu”, aponta Roberto Almada.

“Comprar um simples T2 custa, em média, quase meio milhão de euros e uma renda fica acima de mil euros mensais. E por todo o lado se constrói nova habitação de luxo, mas é raro aparecer casa a preços comportáveis. Os mais jovens não conseguem arranjar casa e há 5.000 famílias a aguardar por uma habitação condigna”, detalha o candidato do Bloco.

“Mesmo as que têm uma habitação vivem com a corda na garganta com a prestação do banco a subir ou a renda mais alta”, acrescenta.

A resposta do Governo Regional à crise na habitação merece duras críticas por parte de Roberto Almada. O candidato acusa o executivo de só agravar o problema: “Miguel Albuquerque quer mais vistos gold, alojamento local (AL) selvagem, benefícios fiscais para quem nem sequer mora na Madeira”, vinca.

Ora, em contra-mão, o Bloco propõe a extinção dos vistos gold e dos benefícios fiscais que favorecem a especulação, limites ao AL, mais habitação pública e a preços controlados, e tectos máximos para as rendas.

 

“Turismo tanto pode ser motor da economia como causa de atraso”

Sobre a aposta desenfreada no turismo como motor da economia, Roberto Almada alerta que “o turismo tanto pode ser motor da economia como causa de atraso”.

Segundo o candidato, a questão não passa apenas pela densidade, mas também pelo “cumprimento das regras do trabalho, pagamento de salários dignos, respeito pelo meio ambiente”.

“O turismo desregrado serve o enriquecimento de alguns à custa dos baixos salários de quase todos e acaba por destruir a galinha dos ovos de ouro: a extraordinária riqueza natural”, enfatiza Roberto Almada.

O Bloco quer que o turismo “faça parte de uma economia diversificada e de um modelo de desenvolvimento com responsabilidade social e ambiental”.

 

“Entregar tudo ao setor privado e social é um erro”

Conforme esclarece Roberto Almada, a área da Saúde, as propostas bloquistas passam, nomeadamente, por contratar mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com incentivos à exclusividade e com mais especialidades, incluindo dentistas, saúde mental e prevenção e tratamento das dependências. O Bloco quer ver reestruturada a rede de centros de saúde, apostar na medicina familiar e preventiva.

Entre as propostas do partido figuram ainda medidas que respeitam a acesso aos medicamentos, que visam baixar a conta da farmácia e diminuir o desperdício, incentivando a política da unidose e o acesso à farmácia hospitalar.

No que concerne ao setor dos cuidados, Roberto Almada considera que “entregar tudo ao setor privado e social é um erro”.

“O PRR devia ser uma oportunidade para criar uma rede pública de lares e cuidados continuados”, defende.

O candidato lamenta que, ao invés disso, optem por “privatizar o maior lar de idosos público, com graves prejuízos para os seus trabalhadores e para os próprios utentes”.

“É preciso ainda mais ajuda domiciliária, e o apoio aos cuidadores informais também tem de ser reforçado e com novos direitos laborais e sociais”, realça.