O PSD e a direita gostam de um povo pobre e de mão estendida

No comício de arranque da campanha para as eleições regionais de 24 de setembro, o candidato bloquista Roberto Almada contou com a presença de Marisa Matias e defendeu que "a Madeira precisa de alternativa e de oposição".

O período oficial de campanha eleitoral para as eleições regionais na Madeira começou este fim de semana e o Bloco arrancou a campanha com um comício em frente à Assembleia Legislativa Regional, onde quer regressar a 24 de setembro para que ali se faça ouvir uma "oposição forte".

No seu discurso, o cabeça de lista bloquista, Roberto Almada, acusou o líder do Governo Regional e do PSD/Madeira de se exibir com "o sucesso de uma mão cheia de amigos milionários", enquanto vai prometendo "umas esmolas" para se perpetuar no poder.

"O PSD e toda a direita gostam de um povo pobre e de mão estendida", apontou Roberto Almada, criticando o meo século de "regime de compadrio" vigente na Região. O candidato defende que "a Madeira precisa de alternativa e de oposição" e deixou claro que "o Bloco é a única força política que garante essa alternativa e essa oposição".

"Sem a coragem de enfrentar os grandes interesses económicos nada pode mudar, nada muda nesta região”, prosseguiu Roberto Almada, elencando algumas das principais propostas que traz a esta campanha: o aumento do salário mínimo na Região para 850 euros, o fim dos vistos gold, uma moratória à construção de novos hotéis e empreendimentos de luxo durante os próximos quatro ano, uma quota de 25% nas novas construções para habitação acessível e os tetos às rendas de casa. “Se a economia cresce, têm de crescer os salários e as pensões”, concluiu, sublinhando que “uma economia que não respeita quem trabalha é uma tragédia”.

Também a coordenadora regional do Bloco e segunda candidata nas listas às regionais, Dina Letra, interveio neste comício para acusar Miguel Albuquerque de estar "sempre ao lado do capital e dos empresários" e que se tiver necessidade "até faz acordos com o diabo" para se manter no poder.

A eurodeputada Marisa Matias também participou no primeiro dia da campanha oficial do Bloco de Esquerda/Madeira, denunciando a "fraude e o fiasco" do atual executivo de coligação PSD/CDS, mas também de um PS que "desertou da oposição".

Marisa criticou o Governo Regional, que “tem sido um exemplo permanente do mau uso de fundos comunitários” e explicou que a manutenção do Centro Internacional de Negócios (zona franca) contribui para “desviar todos os anos milhares de euros de fundos comunitários”.

“Para favorecer a especulação imobiliária e a fuga ao fisco, não há o dinheiro necessário para combater a pobreza, para dar resposta aos problemas da habitação e aos problemas reais das pessoas que aqui vivem”, acusou Marisa, citada pela Lusa.

Marisa sublinhou ainda que se sentiu a falta da oposição no mandato que agora termina, pois o Bloco é “o único que pode fazer oposição a Albuquerque” com a garantia de que nunca apoiará um governo do PSD, “seja por ação, seja por omissão”.