O Bloco vai fazer oposição na defesa da dignidade de todas e todos

A forte polarização marcou as eleições regionais de 22 de setembro. Fora do parlamento, o Bloco vai continuar a batalhar na defesa intransigente dos serviços públicos de saúde e de educação e pela dignidade e humanidade de todas e todos.

Resolução política da Coordenadora Regional do BE

1 - A forte polarização marcou as eleições regionais de 22 de setembro, apesar da pouca diferenciação das propostas entre os dois maiores partidos, juntos elegeram 85% dos deputados. Tratou-se de uma polarização fulanizada (porque baseada nas personalidades e não nos programas políticos, poucos distintos) que os demais partidos não conseguiram contrariar. Os que tinham representação parlamentar sofreram uma forte quebra na votação face a 2015: JPP - 40%; BE - 48%; CDS - 53%; PCP - 63%. No caso do Bloco, o ponto de partida era o mais baixo e aquela quebra significou a saída do parlamento.

2 - O acordo para a formação do novo Governo baseou-se estritamente na negociação de lugares e não em políticas. O Governo cresceu em tamanho para encaixar os elementos do novo parceiro e o que era apontado de desilusão foi abraçado com entusiasmo.

3 - Os primeiros sinais deste Governo dizem-nos ao que vem: reforçar a concentração da riqueza e do poder nos “donos disto tudo” e continuar a empobrecer quem vive do seu trabalho. O anúncio do pagamento de seis milhões pelos terrenos do Penedo do Sono no Porto Santo, a exigência da Quadrantes de cinco milhões ao Sesaram, a promessa de descida do IRC, atrás do exemplo da Irlanda, são demonstrações que o interesse público e o bem comum dos madeirenses não constam das preocupações do novo Governo.

4 - A Esquerda vive a pior crise da história da autonomia. A oposição será feita na rua, pois no parlamento verifica-se um quase unanimismo favorável à hegemonia neoliberal que quer destruir o que resta do Estado Social e dos serviços públicos para aumentar as desigualdades e a concentração da riqueza, continuar a transferir o poder para mãos privadas e esvaziar de conteúdo a Democracia e a vontade dos cidadãos. O debate na ALRAM vai estar centrado em na politiquice, pois no essencial os quatro maiores partidos estarão todos de acordo.

5 - A esquerda democrática e plural que é o Bloco vai continuar a batalhar, mesmo estando fora do parlamento. Na defesa intransigente dos serviços públicos de saúde e de educação, pela dignidade de quem trabalha, para que tenha uma remuneração justa e tempo disponível para o lazer e para a família, por mais justiça social e contra a subserviência do poder político aos interesses económicos. Continuará a defender as causas que no parlamento não terão porta-voz, o combate ao conservadorismo social que oprime as mulheres, a comunidade LGBTI+ no respeito pela dignidade e pela humanidade de todos.