E o povo, pá!

O domínio do PSD-M é quase absoluto; tem o PRR para distribuir pelos mesmos de sempre; a economia e os investimentos estão nas mãos de 4 ou 5 grupos económicos que cresceram na sombra do Governo regional e do erário público.

Decorre hoje em Lisboa, a IV Conferência Nacional do Bloco de Esquerda.

O próximo desafio eleitoral do Bloco de Esquerda será na Madeira. Isto se o governo dos Açores não cair primeiro. Embora o governo do PSD de lá já tenha dado sinais de que quer governar a qualquer custo.

O desafio é grande e as dificuldades são muitas, mas acredito que juntos, em unidade de vontades e de acção, tudo faremos para concretizar o objectivo de voltar a ter representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira.

O domínio do PSD-M é quase absoluto; tem o PRR para distribuir pelos mesmos de sempre; a economia e os investimentos estão nas mãos de 4 ou 5 grupos económicos que cresceram na sombra do Governo regional e do erário público. São os nossos oligarcas. Também aqui em Portugal, na ilha da Madeira, temos

 

oligarcas.

E eles comem tudo! Eles comem tudo e não deixam nada.

A Madeira é a região do país onde há maior risco de pobreza, atinge quase 30% da população, isto apesar de milhares de milhões de euros de 6 quadros comunitários;

é a região do país que perdeu mais gente,  de acordo com os últimos censos, e onde nasce menos gente.

A precariedade, os salários baixos, a exploração quase escravatura que se vive em sectores como a hotelaria e a restauração, mesmo com o turismo a crescer a níveis de pré- pandemia, são um grave problema social.

Estamos no vale tudo para maximizar o lucro ou recuperar rapidamente 1 ano de crise. Porque 2021 já foi de retoma e 2022 está a superar as previsões.

O serviço regional de saúde definha há

 

anos com a gritante falta de investimento público.

Afinal não é de um dia para o outro que se atingem mais de 100 mil consultas e actos médicos por cumprir.

Houve um forte investimento privado em saúde, com o beneplácito do Governo regional e com os médicos e pessoal técnico em debandada para o privado ou a caminho da emigração.

Quem sofre por 1 consulta ou 1 exame no serviço público não tem folga salarial para seguros de saúde. Por isso tem de aguentar.

Nem o novo hospital,  que custará qualquer coisa como 350 milhões de euros, que tanta tinta fez e fará correr, que o Governo PSD-M quis que fosse o maior e o mais caro - certamente para poder dizer que somos os melhores, nem o novo hospital trará a solução para a saúde na RAM. Porque faltam técnicos e recursos

 

humanos.

Os egos não pagam dívidas, mas custam muito dinheiro e sacrifício à população. E nós na Madeira sabemos bem o que isso significa.

O património natural e da humanidade,  como a floresta laurissilva, está a ser alvo do maior assalto de sempre, na continuidade da política do betão para privilégio de alguns.

A carência habitacional a preços comportáveis para os salários dos madeirenses e portosantes é gritante.

O governo regional prefere apostar nos vistos gold e nas bitcoins, porque o importante é apoiar as empresas.

E o povo, pá!

O custo de vida está em níveis nunca vistos e muitas famílias estão em dificuldades, assombradas também pela subidas das taxas de juro do crédito à habitação.

 

E ainda assim, o Governo do PSD-M não utiliza o diferencial fiscal de 30% que lhe permitiria baixar as taxas de IVA e dar algum alívio directo às famílias.

No entanto, fê-lo no IRC.

E o povo, pá!

Vivemos tempos difíceis - desde que me lembro de ser gente sempre vivemos em crise. Até parece que alguém nos impingiu este modo de vida.

Para o povo que trabalha, para as mulheres que cuidam dos filhos, do marido, da família, a sua e muitas vezes a dos outros, a produtividade sempre foi factor de discriminação e motivo para ser quem trabalha, sempre quem trabalha, a pagar as crises. Todas elas.

Está na hora de dizer basta!

O BE deverá assumir-se como alternativa a este modelo económico capitalista sanguessuga  e escravizante; de lutar contra todas injustiças e desigualdades;

contra a democracia musculada que aqui se vive; contra a hegemonia de um partido que pretende calar a oposição e coarctar a nossa liberdade de expressão.

Mas não calarão a nossa voz!

Contamos convosco. Com todas e todos.

Vamos à luta!