É descabido vir António Costa louvar o “Bokassa da Madeira”
João Jardim foi um apoiante e um protegido da ditadura de Salazar, escrevia crónicas a louvar a guerra colonial na imprensa regional nos anos anteriores ao 25 de abril. O movimento bombista que irrompeu na Madeira após a revolução, em reação à perspetiva de se instaurar um regime comunista em Lisboa, só terminou as suas ações criminosas com a subida de Jardim a presidente do Governo Regional.
O movimento separatista visava apenas defender o poder dos privilegiados da anterior regime, o PSD-M assumiu essa missão modernizou a classe dominante e continua a condenar os filhos do Povo a pobreza e à emigração. Jardim insultou adversários, perseguiu-os nas suas vidas profissionais, expulsou jornalistas, pactuou com agressões físicas. A sua má criação o enxovalho de quem lhe fazia frente fizeram escola no PSD-Madeira.
Jardim criou e alimentou os lóbis que tudo controlam na Madeira, deu-lhes negócios protegidos, monopólios de favor, levou a Madeira à bancarrota, condenou pequenos negócios à falência e milhares de madeirenses a perderem o trabalho, a casa e a emigrarem. A raiz dos males da Madeira é Jardim e as suas políticas.
É absolutamente descabido e incompreensível vir um governante do PS louvar a memória de tal sujeito. Estas declarações que se somam à aprovação da medalha de mérito pelo PS regional e à aproximação do seu candidato à figura do “Bokassa da Madeira”, como o PS no passado o designou, revelam memória curta e desconsideração por todos os que foram ofendidos ao longos dos anos, por se baterem por mais democracia na Madeira.
O Bloco de Esquerda não se esquece e respeita todos os sociais-democratas e socialistas que não se revêm no autoritarismo anti-democrático de Jardim. Saibam que nos merecem o maior respeito e consideração pelas batalhas que travaram, pelas perseguições que sofreram e que podem contar com o Bloco de Esquerda para prosseguir essa luta pela Democracia, pela Liberdade e pela Justiça Social, por uma Madeira para todos, sem donos.