Deprimente a luta pelos "tachos" no SESARAM
O espetáculo triste é a luta pelos tachos na estrutura do SESARAM que tem sido a única preocupação demonstrada pelos dois partidos do Governo. Albuquerque diz que é o governo quem manda, mas não tem de mandar em tudo e esse é o problema.
O Governo quer mandar onde não deve, na direção clínica, de enfermagem, em toda a estrutura, passando por cima da administração e das chefias. E faz isso, não para que o serviço de Saúde funcione melhor, mas para controlar, para colocar nos lugares os seus boys - as pessoas da sua confiança pessoal e política - e não as mais capazes.
Ao diretor clinico não compete fazer política, não tem de ser da confiança do Governo, tem é de merecer a confiança dos médicos, portanto deveria ser eleito pelos seus pares. Tal como a direção de enfermagem e outros cargos intermédios, devem ser eleitos. Até a administração deveria ser eleita, como acontece nas escolas.
Este quadro de intromissão repete-se em todas as áreas do Governo a reflete a cultura do quero posso e mando, anti-democrática. O Governo deve meter menos o bedelho e respeitar mais a autonomia dos profissionais, dar-lhes os meios necessários para as suas funções - eles sabem melhor como fazer funcionar o serviço de saúde que os governantes, a estes compete dar as orientações estratégicas.
Este espetáculo da disputa dos tachos ainda é mais deprimente quando nos deparamos com a tragédia das listas de espera, com casos com mais de 10 anos, quando nos deparamos com um surto de gripe B, quando há gente que morre por falta de resposta do serviço público e não tem recursos para ir ao privado, como é exemplo a medicina dentária.
Governar é resolver os problemas da população, não é governar-se. O CDS entrou para o governo, mas não se nota, a política é rigorosamente a mesma o Governo apenas governa-se, os problemas da população são sempre a última das prioridades.