Contratação externa é escravatura moderna
Esta manhã, o Bloco de Esquerda foi ao Largo do Município denunciar a contratação externa de serviços de limpeza e outros que são estratégias para empobrecer quem trabalha e concentrar a riqueza nas mãos do dos patrões.
Paulino Ascenção, referiu-se à limpeza das instalações que deixou de ser feita por funcionários da câmara e passou a ser contratado a privados há cerca de 15 anos. “Há um conjunto de trabalhadoras que estão há 15 anos a fazer limpezas na câmara, e eu conheço-as, que não têm qualquer vínculo com a autarquia. A cada dois ou três anos há um concurso e muda o “parasita” ou seja a empresa que presta os serviços à CMF, mas as trabalhadoras são as mesmas”. Os salários são os mínimos possíveis, nunca progridem além do salário mínimo e não gozam das outras regalias dos trabalhadores com quem partilham o local de trabalho”.
Esta situação acontece em outras atividades – como a vigilância e segurança, os centros de atendimento (“call centers”) - e generalizou-se na Administração Pública, mas também no setor privado. O argumento a favor desta opção é sempre a baixa dos custos, os custos que baixam são os salários, a par da exploração abusiva dos trabalhadores, da precariedade, em suma o empobrecimento de quem trabalha.
Na CMF há sinais positivos, a criação de um corpo de polícia municipal irá permitir que os serviços de segurança e vigilância das instalações da autarquia passem a ser assegurados pelos polícias municipais em substituição da segurança privada, com melhores condições de trabalho e de vida para os operacionais.
No Privado temos o exemplo da SERLIMA, empresa do universo PESTANA, que presta serviços a várias unidades hoteleiras, o que lhes confere flexibilidade. Mas a flexibilidade e baixos custos é conseguida à custa dos trabalhadores, do esmagamento dos seus rendimentos, que ficam na corda bamba.
Os partidos do poder andam preocupados com a estabilidade governativa e a estabilidade do ambiente para os negócios, ao Bloco de Esquerda o que preocupa mais é a estabilidade na vida destas pessoas que são a maioria, a segurança de saber se o rendimento vai chegar para pagar as contas do mês.
Esta lógica do empobrecimento da maioria da população, que se tem multiplicado, quer na administração pública, quer no privado tem de acabar, isto é extremamente perigoso.
Esta lógica explica porque cresce o PIB, e porque no seu dia-a-dia a maioria das pessoas não sente isso nos seus rendimentos.”
O Bloco de Esquerda, defende que quem trabalha numa instituição, deve ter vínculo com esta, e gozar das mesmas regalias que os demais funcionários. Esta será uma batalha que o Bloco de Esquerda irá assumir na próxima legislatura.