Bloco quer tetos máximos para combater "loucura" do preço das rendas

Em vésperas do arranque oficial da campanha eleitoral para as eleições regionais, Roberto Almada apresentou propostas para a habitação e Catarina Martins criticou os partidos que dizem ao mesmo tempo querer combater a corrupção e ter um lugar no governo de Miguel Albuquerque.

"Na Madeira tem-se construído muita habitação que só serve para os milionários comprarem: T2 a 300, 400, 500 mil euros, T1 a 200 mil euros. Isto é incomportável para a bolsa e o salário dos madeirenses", afirmou Roberto Almada aos jornalistas esta quinta-feira no Funchal. O dia de pré-campanha bloquista foi dedicado às propostas para a Habitação e o cabeça de lista às eleições regionais de 24 de setembro lembrou que a média salarial é "das mais baixas do país" e que "as pessoas querem comprar ou arrendar habitação mas com os seus magros salários não o conseguem fazer".

Para além de ser necessária a  valorização dos salários e pensões - o Bloco propõe que o salário mínimo na Madeira seja de 850 euros - Roberto Almada propõe também que o subsídio de insularidade dos funcionários públicos, que hoje ronda o 1%, regresse ao valor que vigorava antes do programa de ajustamento económico e financeiro de 2012, quando era de 2%. "É preciso apostar nos salários e no poder de compra das pessoas e colocar tetos máximos para a compra e arrendamento de habitação", defendeu o dirigente bloquista, sublinhando a necessidade destas medidas "tendo em conta a loucura que vai por essa Região fora no que diz respeito às rendas de casa".

Catarna Martins: "Quem quer mudança deve votar nos que são mesmo uma mudança".

Catarina Martins tem acompanhado esta semana a pré-campanha do Bloco na Região Autónoma da Madeira e juntou-se à iniciativa. "Tenho falado com muitos jovens nos dias em que cá estou e que nos dizem que veem que a única alternativa é emigrar. Precisamos de uma economia diferente, que controle os custos da habitação e que possa permitir que quem aqui trabalha possa aqui viver", defendeu a ex-coordenadora do Bloco.

Ao fim de quase 50 anos de PSD no Governo e de "um regime de compadrio e amiguismo que tem feito enriquecer grandes grupos económicos à conta de quem trabalha, que só tem empobrecido", Catarina referiu-se aos cartazes de vários partidos com slogans contra a corrupção e cujos dirigentes "estão mortinhos para ter um lugar no governo de Miguel Albuquerque".

"Querem combater a corrupção ou querem ter a sua parte? O Bloco de Esquerda não se vende e as pessoas sabem que o Bloco leva muito a sério os seus compromissos", prosseguiu Catarina apelando "aos socialistas e a todos aqueles que querem uma mudança a que votem naqueles que sabem que são mesmo uma mudança".