Bloco Madeira contesta entrega da Praça do Mar a hotel privado

Deputados do Bloco no parlamento madeirense admitiram esta segunda-feira avançar com uma providência cautelar para impedir o encerramento da Praça do Mar, no Funchal, onde está o hotel Pestana CR7, durante a noite.

“Vamos estudar a possibilidade, se encerrar esta praça, de metermos em tribunal uma providência cautelar”, afirmou o deputado e coordenador regional do Bloco/Madeira, Roberto Almada, em conferência de imprensa, no Funchal.

O parlamentar regional disse que o objetivo é “protestar com veemência contra o anunciado encerramento desta praça, das 23:00 às 08:00, alegadamente por razões de segurança”.

O gradeamento para o encerramento daquela praça, na marginal do Funchal, onde foi criado o hotel Pestana CR7 (do futebolista Cristiano Ronaldo, em parceria com o grupo Pestana), já foi colocado.

Recentemente, o Governo da Madeira anunciou a atribuição do nome CR7 à praça.

“Temos dúvidas de que seja por razões de segurança. Suspeitamos e tememos que tenha a ver com interesses privados, que tem a ver com a instalação de um grupo hoteleiro, de um hotel privado junto a esta praça”, sustentou Roberto Almada.

Na opinião do deputado bloquista, esta decisão significa que “mais uma vez o Governo Regional vai sucumbir aos interesses privados, lesando os interesses da população”.

Argumentando que a Praça do Mar “foi construída com dinheiro do erário publico” e que ali se “enterraram uns bons milhões que os contribuintes madeirenses vão ter que pagar até à quinta geração”, o responsável sublinhou que “não há razões de segurança que justifiquem” o seu encerramento durante a noite.

Roberto Almada considerou que a medida “constituiu uma ilegalidade grosseira e uma violação do que é o interesse público”, apontando que o espaço não pode encerrar apenas porque “o hotel exige”.