Bloco desafia restantes partidos da oposição a virem para a rua comemorar Abril

O BE acredita ser possível preparar um programa de comemorações variado, que deverá começar nas semanas anteriores a 25 de Abril, por coincidência o período em que o Presidente da República estará na Região (14 a 20 de Abril).

O Bloco de Esquerda já tem alternativa para a recusa da maioria social-democrata em comemorar a Revolução de 25 de Abril de 1974 no parlamento regional. Paulo Martins vai enviar uma carta a todos os partidos que ontem votaram favoravelmente para a organização de comemorações, em vários pontos da Região. 

O PSD-M rejeitou um projeto de resolução que pretendia incluir o 25 de Abril no calendário anual da ALM, com o argumento de que as cerimónias, tal como acontece com o 10 de Junho, devem estar limitadas à Assembleia da República. Uma posição defendida por Jaime Ramos que liderou uma bancada 'laranja' muito desfalcada no momento da votação. Curiosamente, nenhum dos restantes membros da direção do grupo parlamentar - Coito Pita, Tranquada Gomes, Jaime Filipe Ramos e Nivalda Gonçalves - estavam presentes no plenário. 

O deputado do BE conseguiu antecipar a discussão do seu projeto de resolução para, no caso de recusa da maioria, haver tempo suficiente para preparar as comemorações da 'Revolução dos Cravos'. Na votação do projeto de resolução, o BE teve o apoio de PS, PCP, CDS-PP e MPT. "Há um compromisso de todos, traduzido no voto favorável da proposta", recorda Paulo Martins.  Entre a oposição, apenas se mantêm dúvidas sobre a posição do PND que não participou no plenário. No entanto, o deputado do BE também vai contactar Baltasar Aguiar. 

Durante o debate, foi recordado que o parlamento comemora o 25 de novembro, segundo Jaime Ramos a data que "consolidou a democracia", mas não celebra a Revolução que permitiu à Madeira ter Autonomia. Jaime Ramos não negou essa evidência, mas remeteu as celebrações para São Bento.

Há dois anos, a oposição de esquerda (PS, PCP e BE) também festejou abril em conjunto, em Machico, mas no ano passado, em plena campanha eleitoral para as 'regionais', cada partido optou por uma agenda própria.

O BE acredita ser possível preparar um programa de comemorações variado, que deverá começar nas semanas anteriores a 25 de Abril, por coincidência o período em que o Presidente da República estará na Região (14 a 20 de Abril). Conferências, exposições e espetáculos musicais deverão integrar o programa.  "O parlamento fecha a porta à liberdade, vamos celebrar abril com o povo, na rua", justifica Paulo Martins.

Fonte: dnoticias.pt