Bloco de Esquerda repudia recentes declarações do vice-presidente e candidato do PSD à CMF

"Os efeitos devastadores que esta pandemia tem causado na nossa economia e as suas repercussões dramáticas para muitas famílias, actividades ligadas directa ou indirectamente ao turismo não deixou outra solução que não recorrer a ajudas"

Todos nós sabemos os efeitos devastadores que esta pandemia tem causado na nossa economia e das suas repercussões dramáticas para muitas famílias, algumas já com dificuldades financeiras, mas muitas da classe média, casais jovens e com filhos, com actividades ligadas directa ou indirectamente ao turismo, e que devido à perda de rendimentos causado pelo lay-off ou pelo encerramento das empresas não tiveram outra solução se não recorrer a ajudas e mesmo ao apoio alimentar.

Atendendo a toda esta grave situação social que vivemos na nossa cidade e nossa Região, o Bloco de Esquerda está muito preocupado com as recentes declarações do vice-presidente e candidato do PSD à CMF, que identificou estes pequenos apoios como um dos problemas da subsidiodependência, que quer acabar.

O caricato é que o dr. Pedro Calado nada diz das Casas do Povo, para quem o Governo Regional transfere milhares de euros do erário público, sem sabermos bem o que fazem e sem qualquer escrutínio ou às dezenas de empresas e de instituições que existem à custa dos apoios, elas sim verdadeiramente subsídio-dependentes para poderem manter as portas abertas.

Para o Bloco de Esquerda, as declarações do vice-presidente e candidato do PSD à CMF revelam 3 condições que são incompatíveis com a função de governante:

em 1º lugar revela um total desconhecimento da realidade e das dificuldades em vive uma grande parte da população da cidade do Funchal e da RAM;

em 2º lugar discrimina e lança mais 1 estigma sobre uma franja da população que já sofre graves desigualdades sociais, sejam elas estruturantes ou circunstanciais, quando diz que são todos uns malandros e não querem trabalhar - um governante governa para todas e todos os cidadãos e não apenas para as elites;

em 3 º lugar revela que não tem soluções para combater a pobreza, a exclusão social e o desemprego preferindo tomar as bandeiras e fazer um discurso que agrade aos seus apoiantes da extrema direita do que procurar resolver os problemas que afligem milhares de Madeirenses e Porto-Santenses.

O BE-M considera que o que está errado e que deve ser corrigido são as políticas que conduziram a nossa população a terem de recorrer a ajudas para poderem sobreviver, e trabalharemos na procura de soluções para combater esse flagelo.

 

Bloco de Esquerda-Madeira, 22 de junho de 2021