Bloco de Esquerda denuncia falhanço do Governo Regional nas metas climáticas

Bloco de Esquerda acusa o Governo Regional de falta de uma estratégia consistente, fundamentada e credível nas metas climáticas por si definidas

O Governo Regional, liderado pelo PSD, mentiu a todos os madeirenses e porto-santenses quando anunciou uma redução da dependência dos combustíveis fósseis em 50%, até 2020.

Em 2022 estamos muito, mesmo muito longe de atingir este objectivo, o que para o Bloco de Esquerda é revelador do falhanço do Governo Regional nesta matéria e da falta de uma estratégia consistente, fundamentada e credível.

Aliás, quer nos verdadeiros atentados ambientais que o próprio Governo Regional promove, como a construção da estrada das Ginjas no coração da floresta Laurissilva (Património Mundial da UNESCO) ou no projecto de teleférico do Curral das Freiras e no projecto de requalificação de frente mar de São Vicente ou no processo de recolha de amianto que não fiscalizou ou na exploração das ribeiras e pedreiras a que fez vista grossa ou na marina do Lugar de Baixo, entre outros, quer nos investimentos que anuncia com pompa e circunstância nas energias renováveis, se vêm sinais evidentes de que não há qualquer estratégia e o importante mesmo é anunciar milhões de euros nisto ou naquilo, que, por sinal, são sempre entregues a projectos privados liderados por um círculo restrito dos mesmos de sempre.

Depois de anos a justificar o projecto das microalgas no Porto Santo como sendo de extrema relevância estratégica para a auto-suficiência da ilha dourada e para o processo de combate à dependência das energias fósseis; depois de 45 milhões de euros de investimento do erário público, soubemos, pela voz do presidente da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM), que afinal era só um projecto piloto; uma experiência; agora sem qualquer interesse para o “core business” da EEM. Quem paga esta imparidade nas contas da EEM?, questionamos.

Soubemos também que o projeto eólico, localizado no planalto do Paúl da Serra, que contempla o aproveitamento hidroelétrico da Central da Calheta, permitindo o armazenamento da energia através da bombagem da água, numa reserva, que se previu estratégica, de água pronta para produção de energia renovável, e que custou qualquer coisa como 67 milhões de euros, é afinal um “flop” porque não cumpre com uma boa parte daquilo para que foi concebido. Porquê? Porque não há água e cada ano chove menos, afirmam as análises estatísticas do IPMA; porque as alterações climáticas estão aí; porque o Governo Regional não planeia nem estuda com competência os investimentos que promove.

O Bloco de Esquerda considera inaceitáveis todos estes “desvarios” que contribuem para a austeridade e para o sufoco financeiro com que as famílias madeirenses e porto-santenses vivem.

Dina Letra

Coordenadora Regional