Bloco de Esquerda define educação como prioridade
O Bloco de Esquerda receia que a actual tendência de introdução de serviços pagos na Educação possa agravar o problema do abandono escolar na Madeira. Ontem, numa acção de campanha realizada à porta da Escola Secundária Francisco Franco, a candidatura daquele partido defendeu o reforço dos apoios públicos ao sistema educativo, por forma a cumprir o preceito constitucional que diz que o ensino é tendencialmente gratuito. Para Roberto Almada, n.º 3 da lista do BE, "a acção social escolar não abrange ainda todos os alunos que dela necessitam", o que indirectamente acaba por conduzir ao abandono escolar precoce. "Há cada vez mais famílias que retiram os alunos das escolas antes de estes concluírem a escolaridade obrigatória. É preciso um esforço suplementar do Governo Regional para contrariar essa tendência", alertou o candidato a deputado.
Num dia dedicado à Educação, o BE avançou mais duas propostas para o sector. Assim, o partido assumiu o compromisso de defender no parlamento madeirense a criação de um estatuto regional da carreira docente, porque o estatuto aprovado pelo PS a nível nacional "vai contra os interesses dos professores". O porta-voz da acção de campanha explicou os fundamentos da proposta: "Não podemos ter bons alunos e sucesso escolar se não tivermos docentes motivados, se não tivermos um estatuto da carreira docente que salvaguarde os direitos dos professores desta Região".
A segunda proposta do Bloco de Esquerda é um aumento da oferta na área da formação profissional. "A oferta neste domínio é parca" e está sobretudo nas mãos de escolas privadas, observou Roberto Almada. A este respeito, a candidatura sugere um maior investimento público neste sector e mais soluções de formação, prevendo programas para pessoas com mais de 25 anos, que actualmente são quase postas à margem dos cursos de formação.
Melhorar as salas de aula
Natércio Moniz 'esbarrou' ontem, à entrada da Escola Francisco Franco, com a comitiva do Bloco de Esquerda, que reivindicava medidas para o sector educativo. Aos 15 anos, este estudante ainda não começou a levar as eleições a sério, embora os seus familiares estejam envolvidos na campanha e nas mesas de voto. O seu pedido aos políticos é bem modesto: melhoria das salas e do equipamento da sua escola.