BE quer "Mobilidade sustentável" e transportes públicos "para todos"
O Governo faz pompa com o programa Porto Santo sem combustíveis fósseis e vai financiar a compra de veículos elétricos. Esta não é a melhor opção, não é a escolha mais amiga do ambiente e da saúde pública, nem é a solução mais económica, não é sustentável", começa por afirmar Tiago Camacho.
Para o BE subsidiar a aquisição da propriedade de veículos particulares "não faz diminuir o número de carros em circulação", nem os problemas daí decorrentes.
A seu ver, quem vai beneficiar com esta medida "são as famílias com maior rendimento, que têm capacidade de adquirir um carro novo". "A maioria das famílias tem carro próprio mas a maioria não ganha para comprar um carro novo. Isto é mais um subsídio aos vendedores de automóveis e uma medida que não belisca os interesses do lobi do betão, da necessidade de haver mais estradas e estacionamentos para os carros em circulação", sustenta.
O BE defende uma aposta nos transportes públicos no Porto Santo. "O Porto Santo deveria ser um laboratório para ensaiar transportes públicos gratuitos e reduzir assim o uso do carro particular. Esta seria uma medida que beneficia todas as famílias e não só as de mais altos rendimentos. O transporte público gratuito seria um forte incentivo para deixar os carros em casa".
Nos moldes conhecidos, alargar este programa a toda a Madeira é um disparate. Comparticipar com 10 mil euros a aquisição carro elétrico para 10 mil famílias, são 100 milhões. A alternativa! Com esse montante pode o Governo adquirir 500 autocarros, mais que toda a frota de transportes públicos da Madeira.
O Governo Regional está refém do lóbi do betão e quer continuar a construir mais estradas e estacionamentos. A preocupação ambiental é só um engodo.