BE diz que aterros nas ribeiras são "altamente criminosos"

Há dezenas de aterros que representam potencial risco para as populações e, ontem, o Bloco de Esquerda (BE) quis mostrar um dos piores exemplos.

Na ribeira do Campanário, o BE realizou mais uma iniciativa, no âmbito das Jornadas Sociais/2007, num roteiro pelas zonas altas, desta feita na Ribeira Brava. As preocupações ambientais são, para Roberto Almada, porta-voz da iniciativa, um tema que não pode ser minimizado pelas autoridades, seja por ignorarem que os aterros são perigosos para a população, seja por terem autorizado.

Os 'bloquistas' foram à estrada do Lugar da Serra (junto à escola) para denunciar aquilo que Roberto Almada refere como de "grande irresponsabilidade". E explica: "Está sendo construído um aterro de grandes proporções, que obstrui completamente a ribeira (vai desaguar na baixa do Campanário) e que classificamos de altamente criminoso".

Para Almada, "os camiões da empresa Tecnovia Madeira estão a deitar dentro desta ribeira grandes quantidades de terra, de maneira que, se houver um grande temporal, não é difícil que este entulho seja levado pela encosta abaixo, levando tudo o que encontre pela frente", reforça.

Casas, carros e pessoas podem estar em risco - tal como aconteceu no Funchal em 1993, na ribeira dos Socorridos, na ribeira de S. João e no Curral das Freiras -, por isso, o BE vai indagar a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais e a Câmara Municipal da Ribeira Brava. "Não colocamos de parte recorrer aos tribunais, caso as entidades públicas regionais não fizerem nada para pôr termo a estas situações", conclui.