Aumento da oferta e redução de turistas é preocupante

O Bloco de Esquerda está preocupado com a evolução dos números do turismo na Madeira. A quebra no número de visitantes, o anúncio de novas unidades hoteleiras e de alojamento local, vão pressionar, por um lado, os salários para baixo e, por outro, os preços da habitação para cima, tornando a vida mais difícil para os madeirenses.

A quebra da taxa de ocupação nos hotéis da Região conjugado com o aumento da oferta hoteleira como tem sido anunciado é preocupante, pois pode afetar a reputação de qualidade do destino Madeira. A reputação que foi construída ao longo de décadas, mas pode ser prejudicada rapidamente e de forma não reversível. O crescimento da oferta de alojamentos hoteleiros deve ser avaliado com cuidado.

O crescimento do número de unidades de alojamento, a exemplo de outras regiões do País contribui para o aumento dos preços no imobiliário, torna o acesso à habitação mais caro. A subida do preços do imobiliário significa uma transferência de riqueza dos não proprietários para os proprietários de imóveis.

Por outro lado o aumento da oferta turística sem o crescimento do numero de turistas, pressiona os preços para baixo e a principal componente dos custos na hotelaria são os salários, estes tenderão a descer. Com a habitação mais cara e os salários mais baixos a vida fica mais difícil. As decisões de licenciamento devem ser bem ponderadas em função destes efeitos para a maioria das pessoas.

 

Apropriação do espaço público por privados.

O Bloco contesta a apropriação do espaço público para uso privativo, neste caso, para proteger o sossego dos hóspedes do novo hotel na baia de Câmara de Lobos. Algo que já aconteceu na praça do Mar (ou praça CR7) cujo acesso à noite é vedado para satisfazer os interesses do mesmo grupo hoteleiro. O Governo Regional e as autarquias mostram-se mais preocupadas com a satisfação de interesses particulares dos grandes empresários regionais e não o bom geral dos madeirenses.

O Bloco de Esquerda é contra estas formas de apropriação do que é de todos, da exclusão dos residentes de certos espaços públicos e bater-se-á pela abertura desses espaços à circulação de todos. Porque a Madeira é para todos e não só para alguns.