Sem abrigo - o retrato de uma sociedade hipócrita

O retrato de uma sociedade hipócrita, cheia de clivagens e fossos que se tornam cada vez mais evidentes e pronunciados.
Uma sociedade decrepita e que vive do consumismo desenfreado e mordomias de um lado do mundo. Viver para a imagem, a fachada, o luxo, a máscara por tempo indeterminado.
Do outro lado, a desigualdade, a discriminação, a indiferença. A fome de alimento. A fome de uma palavra. E de um diálogo. Ou a fome de escuta. A fome de um sorriso. A fome de um abraço. A fome de uma cama. A fome de não ser mais quando chegar a hora da partida para a outra margem. A fome de ficar eternamente vivo no coração de alguém, na sua boca, no seu olhar, quando já não fizer parte deste lado do mundo, nem do outro. Mas, em outra dimensão.
É que nessa outra dimensão, supostamente todos se encontrarão. Os de um lado e os de outro lado. Supostamente. Repito. Não existem certezas. Só uma questão de fé misturada com alguma esperança. Mas, é no aqui e agora que estamos. Estamos vivos. Existe essa certeza. Se nos foi dada essa oportunidade. É justo que seja uma realidade acessível em direitos para todos.
O mundo é um lugar aprazível e com recursos que devem ser partilhados de forma o mais equitativa possível. Existe tanta beleza que se torna invisível aos olhos dos que sofrem na pele todo o tipo de privações.
É imperativo caminhar de modo a que todos usufruam e conheçam as maravilhas que o planeta ainda pode oferecer e que haja uma consciencialização de quanto e como voltar atrás em atitudes e posturas que protejam o ambiente que é de todos nós.