A Autonomia Constitucional e os ‘autonomistas envergonhados’!
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A Autonomia Constitucional das Regiões Autónomas é uma conquista do 25 de Abril e da Constituição da República Portuguesa que foi aprovada, à Esquerda, por unanimidade e aclamação. As conquistas Autonómicas foram extremamente importantes para permitirem a resolução de problemas de atraso estruturais que as, outrora, Ilhas Adjacentes experimentaram durante a negra noite do Fascismo, regime odioso que colocou milhares de madeirenses e açorianos a ‘pão e água’ e subjugou os Povos das Ilhas a uma indigência, miséria, atraso e subdesenvolvimento que era necessário pôr fim.
Outra coisa bem diferente seria se os Democratas, à Esquerda, em nome da Autonomia, pactuassem com a caricatura que dela fizeram, no caso da Madeira, os sucessivos governos do PSD. Uma Autonomia agrilhoada e sequestrada pelo regime que a utilizou para enriquecer poderosos lóbis ligados à construção civil, à hotelaria, ao comércio e serviços, aos portos e a outros sectores da nossa sociedade, em claro prejuízo dos trabalhadores dessas áreas e de toda a restante população deste Arquipélago.
No final deste ano, que é o 40º da Autonomia, os Democratas Autonomistas de Esquerda não podem ter dúvidas em defender, por exemplo, a necessidade de um novo Hospital, a necessidade de concluir obras de vias fundamentais para garantir a segurança e a mobilidade das populações, seja no norte ou na zona oeste da Ilha da Madeira.
Os Democratas Autonomistas de Esquerda não podem ter dúvidas em exigir da República o cumprimento escrupuloso da Lei das Finanças Regionais e Locais e de exigirem que a nossa Pátria Comum seja parceira dos órgãos de governo próprio da Região Autónoma a fim de resolvermos os problemas dos nossos conterrâneos, tantas vezes abandonados à sua sorte. Porque os sucessivos governos regionais do PSD tiveram opções políticas erradas, favoreceram amigos e amigalhaços que enriqueceram à custa do Povo, tiveram atitudes criminosas de esbanjar recursos em obras inúteis que hipotecaram o nosso futuro, não podemos permitir que agora tenhamos uma Autonomia amputada da reivindicação que a faz avançar. Nem podemos ter medo que, na República, nos digam que estamos a “fazer o jogo do poder”.
Os Democratas Autonomistas de Esquerda só podem “fazer o jogo” das pessoas e do povo a que pertencemos. Exigindo, como sempre o fizemos, transparência e mecanismos de fiscalização dos atos dos órgãos de governo próprio. Denunciando os atropelos e as roubalheiras que, em nome da Autonomia, se cometem e mantendo ‘debaixo de olho’ os lóbis que começam a salivar assim que se falam de novas obras e da vinda de recursos financeiros para a Madeira. Luta contra quem, por aqui, nos rouba e empobrece, promovendo enriquecimento ilícito. Mas Luta, também, contra o centralismo anti-Autonomista dos que, dentro e fora da nossa Região, em todos os espectros políticos, acham que a Madeira é apenas o Jardim dos senhorios da Madeira Renovada. Não é! A Madeira são cerca de 250 mil pessoas residentes neste Arquipélago, e alguns milhões espalhados pelo Mundo. 40 anos depois da instituição da Autonomia por via da Constituição de Abril, confundir um Povo com os seus carrascos é condenar a Autonomia Constitucional à morte e empobrecer Portugal!