Reforçar o serviço público de saúde e dignificar os profissionais, lições da pandemia
O Bloco de Esquerda promoveu uma conferência pelo facebook (na página do Bloco de Esquerda Madeira no facebook) ontem dia 11 sob o tema “Que SESARAM no pós pandemia” para a qual foram convidados José Manuel Boavida, médico e presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e Juan Ascenção do Sindicato dos enfermeiros da Madeira.
Há duas ideias fortes saídas da conferência que o BE Madeira destaca e assume, duas lições da pandemia: O reforço do serviço público de saúde e a dignificação dos profissionais.
O Serviço público foi essencial no combate à pandemia, pese todas as suas fragilidades e tem de ser preservado e reforçado. A confiança e o apreço dos cidadãos pelo SNS e pelo SESARAM ficaram bem evidentes nas sessões de aplauso com que as pessoas homenagearam os profissionais às janelas.
O setor privado esquivou-se das situações de risco e ofereceu-se para aceitar as situações menos graves que ficaram adiadas ou suspensas por causa da pandemia. Procurou aproveitar-se para faturar mais, nos testes, nos desinfetantes , em equipamentos de proteção.
A circulação entre as diversas unidades de saúde e os lares de acolhimento foi suspensa na Madeira e muito bem, mas deve tornar-se regra permanente, para prevenir contágios, não só da Covid e para dignificação dos profissionais de saúde. Os privados devem ter um quadro estável de efetivos com profissionais de saúde e auxiliares em número suficiente para a atividade desenvolvida. Não podem continuar na batota de recrutar a tempo parcial profissionais do SESARAM, como falsos recibos verdes para não terem de assumir os encargos com a Segurança Social.
Os profissionais quer no SESARAM quer nos privados têm de ser valorizados a nível salarial para não serem empurrados para a procura de rendimento complementar noutras unidades de saúde.
A afirmação recorrente que nos lares os privados fazem mais barato é uma falácia, pois isso assenta nos baixos salários pagos, no recurso abusivo a programas de falsos estágios com salário inferiores ao salário mínimo, em horas de trabalho não pagas e no recrutamento de profissionais do setor público a tempo parcial. Um quadro de instabilidade laboral e de risco para utentes e profissionais.