A Madeira não precisa de Bitcoin

Os negócios de ativos cripto estão a ser investigados internacionalmente por fraude e auxílio ao crime económico e têm deixado um rasto de lesados em todo o mundo. Não por acaso, o Banco de Portugal não autorizou a instalação de qualquer plataforma cripto no país.

Enquanto as populações da Calheta, Câmara de Lobos e Porto Moniz sofriam com um dos maiores incêndios a assolar a região, Miguel Albuquerque, numa suposta viagem privada, anunciava em Amsterdão a criação de um Centro de Negócios Bitcoin na Região.

Este anúncio é errado e não apenas pelo dia em que é feito. É errado, porque os maiores escândalos financeiros dos últimos tempos estão todos associados a bitcoin e demais criptomoedas. O governo de Miguel Albuquerque, ao invés de investir num modelo de economia produtiva para a Região, aposta mais uma vez em esquemas e negociatas.

Os negócios de ativos cripto estão a ser investigados internacionalmente por fraude e auxílio ao crime económico e têm deixado um rasto de lesados em todo o mundo. Não por acaso, o Banco de Portugal não autorizou a instalação de qualquer plataforma cripto no país. A Madeira, que conhece bem o drama dos lesados do BES na Venezuela, deve recusar albergar este tipo de atividade. 

No mesmo dia do anúncio de Miguel Albuquerque, o conceituado The Wall Street Journal denunciava que o comércio em criptomoedas serve comprovadamente os interesses de gangues criminosos, milionários russos e de um grupo terrorista associado ao Hamas. A Região Autónoma da Madeira não deve ficar associada ao financiamento do crime, da guerra e do terrorismo.

 

Bloco de Esquerda Madeira