Bloco de Esquerda apresenta propostas para a saúde mental no Funchal

Sabendo das dificuldades que as famílias passam diariamente, com o aumento do custo de vida, do salário que não chega, colocando em causa o próprio "pão", mas também as suas casas, em que ordem de razão pode estar a saúde mental???

O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda, após o debate sobre “A saúde mental no Funchal “, que decorreu esta tarde na Assembleia Municipal do Funchal, congratula-se por finalmente ser possível ouvir na nossa cidade quem efectivamente percebe da matéria, sendo dado destaque à importância que é o abordar das necessidades específicas dos indivíduos afectados por estas problemáticas.

O Deputado Municipal do Bloco de Esquerda, Egídio Fernandes, reconhece que existem algumas respostas no Funchal para quem procura ajuda, como o Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, o Centro de Tratamento de Adições e as Casas de Saúde, mas é manifestamente pouco para o flagelo que assola a Região e o Funchal em especial.

Ninguém sabe quem tem doença mental e na maioria das vezes não é visível através das expressões e caras de quem vemos diariamente. É comum, no evoluir da doença, alguns e algumas doentes se desorganizarem, ficarrm desempregados, perderem a sua casa, ficando assim em situação de sem-abrigo.

Para todos estes é necessário encontrar soluções, seja através da disponibilização de duches públicos acessíveis durante todo o dia, seja pela criação de uma equipa de rua multidisciplinar para apoiar e acompanhar os doentes psiquiátricos e sem-abrigo ou um banco público de quartos/casas para doentes psiquiátricos e consumidores de substâncias, recém-tratados.

Tudo isto só será possível através de uma colaboração estreita entre a Câmara e o Governo Regional, visando atender não apenas aos problemas na baixa do Funchal, mas também nas zonas altas da cidade, onde estão menos visíveis.

Defendemos também que, se estão identificadas as áreas mais susceptíveis para as pessoas que atravessam comportamentos depressivos e com pensamentos suicidas, é obrigação da Câmara controlar e tentar minimizar tais riscos. Por isso mesmo, Egídio Fernandes, exortou a Câmara Municipal do Funchal a assumir a responsabilidade de proteger as áreas perigosas como o Pináculo e pontes viárias do concelho.

Sabendo das dificuldades que as famílias passam diariamente, com o aumento do custo de vida, do salário que não chega, colocando em causa o próprio "pão", mas também as suas casas, em que ordem de razão pode estar a saúde mental???

Sabendo da existência de milhares de famílias em lista de espera por uma habitação, ao que acresce aquelas que estão a ser despejadas de casa porque o senhorio quer aumentar a renda ou converter em AL, Egídio Fernandes enfatizou a necessidade de regulamentação do alojamento local e a construção de habitação social, incluindo a preços acessíveis.

Quem é pobre, quem está constantemente a fazer contas à vida, quem trabalha mas não consegue garantir sustento à família a tem mais probabilidades de sofrer de algum tipo de doença mental.

O Deputado destacou que o Funchal está a tornar-se, cada vez mais, uma cidade para estrangeiros, em que os residentes são expulsos devido à cada vez maior falta de empatia e à ganância desmedida de senhorios e da especulação imobiliária na construção de propriedades de luxo.

Por fim, Egídio Fernandes, contestou a afirmação do actual executivo camarário sobre a "boa saúde" em matérias de segurança na cidade, apresentando não só as afirmações dos oradores na própria sessão, com dados recentes que contradizem essa alegação, destacando a necessidade de ações concretas, que vão além do simples agendamento de debates.

 

Grupo Municipal do Bloco de Esquerda Madeira