Responderam, e bem, ao desafio da formação.

Os jovens acabaram a escolaridade obrigatória e agora?

Agora é o momento de questionarem os nossos governantes regionais sobre quais as respostas tem para a nova fase das suas vidas, que oportunidades o Governo Regional criou na região para que possam aqui permanecer e ter uma vida digna e autónoma.

Após a conclusão da escolaridade obrigatória, mas não gratuita, os jovens deparam-se com dois cenários possíveis: o Ingresso no ensino superior ou no mercado de trabalho, a escolha entre a precariedade e a emigração, e o esforço financeiro no ensino superior.
Desde logo, surgem importantes decisões na escolha das opções e a sua viabilidade. As ofertas que se afiguram não são animadoras.
ESTUDAR NO ENSINO SUPERIOR é absurdamente dispendioso financeiramente, exigindo um esforço que não é compatível com a realidade sócio-económicas das famílias. 
Os jovens ao ingressarem no ensino superior, condenam as suas famílias a um insustentável esforço financeiro do orçamento familiar que advém dos custos dos alunos no ensino superior que, pelo pagamento obrigatório de propinas, alojamento, transportes, materiais escolares, ascende facilmente a valores na ordem dos 500 euros mensais. MUITOS NÃO INICIAM O CURSO, MUITOS OUTROS DESISTEM.
O Governo Regional olha para o lado, recusando a oportunidade de concretizar a AUTONOMIA, intervindo no combate às desigualdades sociais, desde logo investir em bolsas de estudo para TODOS os universitários da região. A resposta risível do GR tem sido alugar um avião pelo Natal, com capacidade de resposta mesmo assim insuficiente.
Por outro lado, obriga-te à SUBMISSÃO DO TRABALHO PRECÁRIO, mal pago e sem direitos, ou à EMIGRAÇÃO.
O Governo Regional, através do vice-presidente Pedro Calado, na sessão de encerramento do “Roteiro Jovem 18”, promovido pelo Instituto do Emprego da Madeira, afirmou que “a legislação laboral é um dos grandes impedimentos à nossa economia”, e ao mesmo tempo defendeu os empresários que não respeitam a lei laboral nem a contratação colectiva. Defendeu que os jovens ao ingressarem no mercado do trabalho têm que abdicar dos seus DIREITOS LABORAIS para terem emprego, ou seja, sujeitarem-se ao emprego sem direitos, o trabalho sem limites de horários, os recibos verdes, o trabalho não declarado, os postos de trabalho permanente ocupados por trabalhadores contratados a prazo e os BAIXOS SALÁRIOS. 
Consideramos essencial a inserção dos jovens formados no mercado de trabalho de forma a responder à necessidade de mão-de-obra qualificada na administração regional/local e nas empresas da região, evitando a inevitável emigração de quadros qualificados absolutamente necessários por falta de oportunidades de emprego. Não é suficiente a realização de estágios protocolados com as empresas/entidades, devemos protocolar acima de tudo emprego.

Há muitos jovens qualificados, muitos com mestrados e doutoramentos, que não conseguem encontrar nenhuma saída profissional que seja digna, um trabalho que pague mais que o salário mínimo.
Pertencem à geração mais qualificada de sempre, uma formação conseguida com muito sacrifício, pessoal e familiar, mas também com o investimento de todos nós nos serviços públicos de educação.
Pertencem aos que partiram sem ter podido estudar, empurrados de um país incapaz de garantir um apoio social a quem mais precisa.
Um percurso que chocou contra a parede do desemprego e da precariedade, muitas sujeitas a trabalhos mal pagos e com poucas condições nos países que as recebem, mas encontram fora do nosso país a oportunidade que nele lhes foi negada.
Ao contrário das promessas, o Governo Regional tornou-se uma FÁBRICA DE AUSTERIDADE para os madeirenses e um “el dourado” para alguns, que apenas produz mais POBREZA , DESIGUALDADE e MONOPÓLIOS e não apresenta qualquer esperança, particularmente para os jovens.
Devemos votar, exercer esse direito conquistado e escolher a alternativa que se erga contra os monopólios instalados, a mercantilização da saúde e da educação, a precariedade do trabalho, a austeridade e o garrote da dívida que mata a economia e a sociedade madeirense.
Mudar as condições políticas com o voto dos cidadãos, dos jovens e menos jovens, para que termine de uma vez por todas a austeridade. A austeridade é uma opção política do governo, nunca foi nem poderia ser uma fatalidade.