O PSD-M não governa, governa-se!

Não basta mudar os governantes, é preciso um novo modo de funcionamento da Administração sem compadrio nem perseguições, que proteja o interesse público, o que é de todos. Mais transparência e mais participação, nos negócios do Governo não pode haver segredo!

Uma licenciatura no currículo, para vender roupas ao balcão há dez anos. Um doutoramento em Inglaterra e nenhuma oportunidade de exercer a profissão no meu país. Uma licenciatura e mestrado para biscates em cafés e lojas, pagos à hora e um estágio de 18 meses na câmara, a ganhar 430 euros, sem direito a desemprego. Breves retratos da realidade de tantos jovens, que não conseguem sair da casa dos pais, nem encontrar aqui perspetivas de futuro, muito menos pensar constituir família ou ter filhos.

Diz o Governo que a economia cresce há anos e o desemprego diminui, mas isso não se vê! Como explicar os 5.000 candidatos para 100 vagas nas escolas, ou os quase 3.000 para 20 vagas na CMF, 200 dos quais licenciados, quando se exige o 12º ano?

Multiplicam-se as associações para apoiar os pobres, os velhos e os inválidos, Albuquerque promete reforçar apoios sociais no próximo mandato, esta promessa ele vai cumprir, se ganhar é seguro que vai haver mais pobres e mais ajudas serão necessárias!

Os negócios dos grandes empresários regionais vão de vento em popa, iniciativa privada o tanas, viver da manjedoura do orçamento da Região é que é, esses têm o seu futuro garantido até à quinta geração. Os filhos dos antigos governantes (os meninos dos carros pretos) também, em concursos feitos à medida, vão sendo metidos na Administração e nas empresas públicas. O PSD governa para os poderosos, governa a sua vidinha e a dos seus, os outros que emigrem.

Há que romper com esta máfia que nos rouba o futuro. Acabar com as concessões parasitas que enriquecem uns poucos e empobrecem a maioria, pôr a economia a criar riqueza para todos. Inverter a lógica clientelar da obediência e da perseguição – em democracia o poder vem do Povo.

Não basta mudar os governantes, é preciso um novo modo de funcionamento da Administração sem compadrio e com respeito pela dignidade de cada um, pela Liberdade de expressão, que proteja o interesse público, o que é de todos. Mais transparência e mais participação são fundamentais: nos negócios do Governo não pode haver segredo! Os trabalhadores da Administração Pública e das empresas públicas devem participar na eleição dos chefes e dos administradores, uma comissão independente deve ter poderes para impedir a instrumentalização por interesses partidários de quem governa.