Decidir o futuro que queremos

Fazer mudanças ajuda a aliviar a vida. Dá leveza às nossas vivências e dá pica para continuarmos a viver. Ficar tudo igual, deixando arrastar situações de desgaste e ficar sem esperança, é o pior que pode acontecer

Já vivemos momentos importantes nas nossas vidas, quando tivemos que tomar decisões, nem sempre do agrado de quem nos rodeia. Mesmo assim, decidimos, e depois fizemos o balanço necessário. Considero que estamos a chegar a um momento da nossa vida coletiva em que as nossas escolhas vão, realmente, decidir o futuro. Um futuro que pode ser mais do mesmo. Ou um futuro onde a nossa opinião pode influenciar a vida coletiva para melhor.

Fazer mudanças ajuda a aliviar a vida. Dá leveza às nossas vivências e dá pica para continuarmos a viver. Ficar tudo igual, deixando arrastar situações de desgaste e ficar sem esperança, é o pior que pode acontecer. Eu sou otimista por natureza. Às vezes, isso traz alguns dissabores, mas aprendi, à minha custa, que é preferível fazer do que ficar apenas a apreciar e a definhar em conjunto com quem e o que nos rodeia.

Tudo isto para dizer que devemos aproveitar os próximos atos eleitorais, de 22 de setembro e 6 de outubro, para fazer escolhas para que possamos viver melhor. Há muito tempo que deixei de acreditar em maiorias absolutas para nos governar. As experiências Regionais nas Autarquias do Funchal, e a chamada Gerigonça Nacional, foi o melhor que experimentamos na democracia, na nossa vida coletiva nos últimos anos. Foi tudo feito? Claro que não. Podia ter sido diferente? Claro que sim. Mas que arejou, e mostrou que existe na nossa sociedade muita gente capaz, e com ideias, para fazer mais e melhor do quem lá estava anteriormente, lá isso mostrou.

Na Madeira, precisamos de aliviar o “mofo” instalado no poder há mais de 40 anos. Os(as) mesmos(as) a mandar. Os(as) mesmos(as) a beneficiar. Os(as) mesmos(as) prepotentes que discriminam, a torto e a direito, quem não lhes faz o jogo, sejam Instituições ou Associações. Tudo quem sai da “caixa do poder” é um inimigo a abater. Isto precisa de mudar.

A questão é, mudar como? Dando maiorias a partidos que já demonstraram que quando governam sós, são quase farinha do mesmo saco? Dar maiorias a partidos que se apoiam em lobbies económicos, que não estão interessados no bem público? Confiar em discursos vazios onde, espremendo, não se encontram praticamente diferenças? Claro que existe a diferença de estilo, isso é visível. Mas será que é só de uma mudança de estilo que precisamos?

Precisamos de ter mais protagonistas a intervir na área do poder na Madeira, para poder influenciar os conteúdos da governação ao serviço do Povo. Precisamos de uma governação alternativa que saiba colocar os verdadeiros problemas no centro da sua ação. Um governo para todos(as) e não só para alguns/algumas. Uma governação que tenha em atenção as prioridades fundamentais e que não trabalhe apenas para a aparência. Uma governação para resolver os graves problemas na Saúde, Educação, Trabalho, Habitação, Ambiente, Igualdade de Oportunidades para todas as pessoas, etc...

Vamos ser exigentes e colocar, no Parlamento Regional, as melhores pessoas para decidir os destinos da nossa Região. Está nas nossas mãos mudar o futuro para melhor. Não desperdicemos a oportunidade. Temos uma palavra a dizer numa governação Regional, sem maiorias absolutas, com convergências claramente à esquerda, com esperança no futuro que é de todos(as) nós.

(publicado no Diário de Notícias da Madeira a 3 de agosto de 2019)