Urge nova Revolta da Madeira, contra os monopólios e por um futuro para todos.

O PSD quis reescrever a história da Revolta da Madeira, apresentando-se como seu herdeiro, na verdade o PSD é herdeiro dos protegidos da ditadura, contra a qual o Povo se levantou e que esmagou a Revolta.

O Bloco de Esquerda sublinha a importância da Revolta da Madeira de 1931, um levantamento contra a ditadura que se instalava em Lisboa e que almejava o retorno à Liberdade e à Democracia que o golpe militar havia afastado em 1926. A Revolta foi protagonizada por militares e políticos que estavam uns destacados em serviço outros deportados do continente para a Madeira e recebeu grande apoio popular, dadas as difíceis condições de vida de então. Condições de vida que tinham sido severamente agravadas por decisões do Governo de Lisboa, em especial pelo “Decreto da fome” que instituiu o monopólio na importação de cereais e teve como consequência o aumento dos preços da farinha e do pão. Outros episódios de contestação popular aconteceram nos anos 30, contra a imposição por decreto de monopólios, nas indústrias do leite e do açúcar.

 

O PSD apresenta-se como o herdeiro da Revolta da Madeira, mas isso é falso. O PSD foi abrigo para protegidos da ditadura que esmagou a Revolta, de gente privilegiada pelo regime de Salazar que, depois do 25 de abril, tornou-se subitamente separatista e autonomista, perante a ameaça de perda dos privilégios que a resultaria de um regime comunista em Lisboa. 

 

Passados 88 anos temos a economia da Madeira dominada por monopólios criados e alimentados por ação do Governo Regional do PSD. A governação do PSD é contrária ao espírito da Revolta de 31, pois favorece os monopólios que agravam o custo de vida para o povo, em vez de os combater. Enquanto as novas famílias monopolistas (donas da Madeira) vêm o seu poderio crescer, o  Povo vê as suas perspetivas de futuro na sua terra cada vez mais sombrias. As novas gerações voltam a emigrar, sem emprego. Estudos apontam que a Madeira pode perder uma terça parte da população dentro de 60 anos.

 

Uma nova Revolta da Madeira é urgente, para inverter este rumo, combater os monopólios e dar esperança no futuro para todos na nossa terra. Uma revolta expressa nas urnas, que traga um novo Governo que governe para todos e não só para alguns, com coragem para enfrentar os interesses parasitas instalados e com novas políticas para criar riqueza em vez de criar ricos.