A TAP não tem obrigações com a Madeira, porque o PSD a desobrigou

A liberalização foi decidida há 10 anos com a promessa que iria trazer concorrência e fazer baixar os preços. A concorrência nunca chegou e os preços ao invés de descer, estão a subir. Dez anos é tempo suficiente para perceber que a liberalização não serve a Madeira, há que voltar ao regime de serviço público e impor regras às companhias aéreas.

A TAP não tem obrigações de serviço público para com a Madeira, porque foi desobrigada pelo Governo Regional do PSD, em 2008, quando decidiu liberalizar as ligações aéreas entre a Madeira e o Continente. Se a TAP está a “extorquir dinheiro os madeirenses”, a praticar “preços pornográficos” e a “prejudicar o nosso turismo” a culpa é do PSD, da liberalização, da ausência de regras de serviço público.

Se o mercado deve ser livre, como defende o PSD, mas também o PS e o CDS, então o Estado não pode “intervir no sentido de assegurar preços acessíveis” como demagogicamente sugere o Presidente do Governo. Ou bom que quer a liberalização ou quer regras de serviço público, as duas coisas são incompatíveis.

A demagogia e hipocrisia de Albuquerque é tão maiores quando foi ele quem desenhou as regras do subsídio de mobilidade em vigor que afastam a concorrência e fazem subir os preços. As regras propostas pela ALR, se não forem enquadradas num regime de serviço público como defende o BE, vão ser o descalabro total, pois os passageiros pagam um preço máximo de 86€, mas as companhias decidem quanto querem receber e, por mais absurdo que seja o preço, o Estado será obrigado a pagar, os preços das viagens vão subir muito mais e afastar o turismo.

A liberalização foi decidida há 10 anos com a promessa que iria trazer concorrência e fazer baixar os preços. A concorrência nunca chegou e os preços ao invés de descer, estão a subir. Dez anos é tempo suficiente para perceber que a liberalização não serve a Madeira, há que voltar ao regime de serviço público e impor regras às companhias aéreas.