"Precisamos de resgatar a Autonomia agrilhoada pelas políticas austeritárias"

Roberto Almada, do Bloco de Esquerda/Madeira, interveio no Dia da Região, em defesa "de uma governação que olhe pelas pessoas e que faça mais e melhor para acudir a quem tanto sofre com o desemprego e com a pobreza".

Dia 1 de julho é o Dia da Região no arquipélago da Madeira e Roberto Almada, do Bloco de Esquerda/Madeira, interveio no parlamento regional, numa sessão comemorativa, que contou com a presença do Presidente da República.

Na sua intervenção, Roberto Almada criticou o duplo programa de austeridade imposto para a região pelo governo de direita, que pôs em causa conquistas autonómicas anteriores. "Muitas das nossas conquistas autonómicas foram-nos subtraídas. A mais emblemática das quais, talvez seja, a capacidade de termos impostos até 30% mais baixos que no continente, com o forma de atenuar os enormes custos da insularidade. Essa conquista autonómica foi-nos retirada por esse duplo programa de austeridade que nos foi imposto, sendo que, a Madeira teve, nessa altura, dos maiores aumentos de impostos de que há memória desde o início do processo autonómico e, infelizmente, apesar desse mal-fadado programa ter já tido o final da sua vigência, o atual governo regional ainda não conseguiu repor esse diferencial".

"Precisamos de resgatar a Autonomia agrilhoada pelas políticas austeritárias", prosseguiu Roberto Almada, que acrescentou que a Madeira precisa "de uma governação que olhe pelas pessoas e que faça mais e melhor para acudir a quem tanto sofre com o desemprego, com a pobreza, com a falta de cuidados de saúde e com tantas outras dificuldades". 

Roberto Almada começou por referir a importência que os atuais membros, militantes e simpatizantes do Bloco tiveram na luta pela autonomia do arquipélago, "há 40 anos, orgulhamo-nos de termos ajudado a construir a autonomia da região, as suas instituições e de termos lutado incessantemente pela melhoria das condições de vida dos portugueses deste arquipélago".

"A luta pela consolidação e aprofundamento da nossa autonomia política fez-se, desde essa altura, na defesa da democracia, no combate ao terrorismo bombista da organização separatista FLAMA – cujos principais responsáveis, nunca foram julgados pelos seus crimes –, na luta pela extinção da Colonia - verdadeiro regime de exploração dos colonos pelos senhores proprietários dos grandes terrenos agrícolas - e na luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras explorados e exploradas também nesta parte de Portugal", prosseguiu o deputado regional.

"A nossa autonomia só faz sentido ser aprofundada e consolidada, se for um instrumento de correcção de assimetrias sociais que permita proporcionar aos povos destas Ilhas uma vida melhor". Roberto Almada homenageou ainda a memória de Paulo Martinho Martins, destacado Membro da UPM, e ex-Deputado à Assembleia Legislativa desta Região Autónoma pela UDP e pelo Bloco.

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