O Bloco quer romper com herança do PSD

O Bloco afirma-se com propostas claras, na defesa dos serviços públicos e em rotura com a subordinação aos interesses privados. O PS é a alternância sem alternativa real, fomenta uma bipolarização fulanizada sem propostas claras, sem a rotura necessária com os interesses instalados. A bipolarização estreita a democracia e a fulanização reduz as eleições a um concurso de “mister Madeira”.

O Bloco de Esquerda é agora reconhecido como uma força com credibilidade, com soluções concretas, com políticas que pretendem as transformações necessárias ao bem-estar das suas populações. Com soluções que tenham em conta que somos seres humanos, com necessidades e direitos básicos, como o direito à educação, à saúde, à habitação e a um emprego com direitos.

Como regiões insulares, a Madeira e os Açores partilham desafios comuns:

- A continuidade territorial;

- o aprofundamento da Autonomia… ou uma nova autonomia que responda às necessidades do povo e não à preservação do poder das elites locais;

- o conservadorismo historicamente enraizado

- a pobreza das classes populares e a recorrente emigração, face à ausência de perspetivas de emprego com futuro;

- a captura do poder político pelos poderes privados e a subordinação do interesse geral a interesses particulares.

Cá nos Açores como na Madeira, as próximas eleições regionais são determinantes para assegurar que as populações tenham a voz de uma esquerda que os defenda, a nossa voz. O BE deve manter a atitude responsável que sempre teve, com a exigência, consciência crítica, princípios e valores sociais que nos caracterizam.

Na Madeira enfrentamos eleições no próximo ano e há fundada expetativa de termos uma maioria diferente pela primeira vez em 42 anos de autonomia.

O PSD está caduco, alienado da realidade!

O PS aspira a uma vaga de fundo que o leve ao poder numa alternância sem alternativa real. Fomenta uma bipolarização fulanizada sem propostas claras, sem a rotura necessária com os interesses instalados.

A ideia de bipolarização estreita a democracia e a fulanização resume as eleições regionais a um concurso do “mister Madeira”.

A oportunidade existe para o Bloco afirmar-se com propostas claras, sem tibiezas na defesa dos serviços públicos e em rotura com a subordinação aos interesses privados. É esse o desafio a que se propôs a nova coordenação regional eleita em março, de contribuir para uma alternativa efetiva de políticas que rompa com a herança do PSD, para uma mudança que não se fique pelas “moscas”.

Não basta dizer “ser pelas pessoas”, há que clarificar que pessoas e o Bloco não esconde ao que vai. O Bloco bate-se a cada momento, com propostas claras na defesa do interesse público, de quem vive do seu trabalho, do bem comum e enfrenta, sem condescendência os interesses privados que se colocam em frente dos interesse público. “A vida de quem trabalha exige ação imediata!” como muito bem disse a Zuraida Soares.

Todos os homens e todas as mulheres têm direito à dignidade. Já é tempo de mudar as políticas de exploração, de discriminação, de empobrecimento. É tempo de mostrar que com o Bloco é possível um futuro mais equilibrado, em que seja possível olhar em frente e ter esperança no futuro.

(excertos da intervenção de Egídio Fernandes, representante da comissão política do BE-Madeira na VI convenção regional do BE-Açores, ontem 14 de julho, em Ponta Delgada)