Museu do romantismo é um capricho de Albuquerque

O museu do romantismo não atrai mais turistas, não resolve os problemas fundamentais que afetam o turismo - aeroporto e ligações aéreas - nã contribiu para diversificar a economia. É um capricho de Albuquerque, não precisamos de romantismo, precisamos sim de realismo.

O governo anuncia um investimento de 2,3 milhões para um museu do romantismo, aqui na quinta Jardins do Imperador.

Há uma questão de fundo: o turismo é a principal atividade da economia da Madeira, tem dinâmica própria, não precisa de investimento público para reforçar a monocultura, a dependência deste atividade. É mais avisado o governo investir para diversificar a economia e o emprego na Região.

No âmbito do turismo, este investimento não vai trazer mais visitantes à Madeira, nem vem resolver nenhum dos problema centrais do setor: a operacionalidade do aeroporto e o custo das ligações aéreas.

Há muitos gastos que o Governo justifica com o turismo, mas que não passam estes dois critérios: O rali histórico, as festas, são cada vez mais por toda a ilha, o futebol profissional que se justifica com a promoção da Madeira, uma competição náutica – a formula 1 da vela - durou dois anos e foi descartada. Não há estratégia, há impulsos e caprichos.

O que atrai os turistas à Madeira é a Natureza e a paisagem. É o que temos de único e nos distingue de outros destinos. Isso é descurado, deixa-se estragar o que temos de mais valioso e inventa-se coisas artificiais, como este museu, que não vai servir para muito. É um capricho pessoal, mais nada, não se insere numa visão estratégica. Precisamos de realismo e não de romantismo!

Albuquerque é fã da monarquia, mas mais que uma homenagem ao imperador da Austria, é uma homenagem a si próprio: Há muito que Albuquerque procura deixar o seu nome associado a uma grande obra na paisagem mas falharam todos os projetos: as megalomanias da praia do Toco ou do Cais do Carvão, os mais recentes projetos de museus para o matadouro e de renovação do museu municipal, ficaram no papel. Carrega essa frustração e viu uma nova oportunidade com os incêndios de 2016 que atingiram esta quinta. Foi logo nos dias de rescaldo, depois de delírio do “Está tudo controlado” quando muitas famílias se afligiam com o futuro sem casa e chorar os falecidos que foi anunciado este ideia. Era urgente, não havia outra prioridade.