Mais um remendo nas viagens para os estudantes

O Governos dos testes aplica novo remendo ao subsídio de mobilidade, para os estudantes. Uma medida de alcance limitado, embora com algum interesse, que é um bónus para os agentes de viagens, mas que ignora a raiz do problema: a liberalização das ligações aéreas não serve a Madeira.

O Governo Regional anunciou mais um teste, mais um remendo ao subsídio de mobilidade que criou em 2015 e que se tem revelado desastrado. Os estudantes adquirem a viagem por 65€, obrigatoriamente numa agência de viagens, a Região adianta o valor do subsídio de mobilidade às agências, que depois vai reclamar junto dos CTT.

Para os estudantes há a vantagem, de deixarem de adiantar o preço pedido pela companhia aérea, mas só têm direito a quatro viagens por ano neste regime. Se o preço das viagens ultrapassar os 400 € os estudantes já ficam desamparados, o que no período de Natal é muito provável que aconteça. Ficam desprotegidos também quando se esgotam os voos, pois não há obrigações das companhias disponibilizarem mais voos. Portanto é uma solução de alcance limitado!

É um bónus para agentes de viagens, pois os estudantes agora vão ser empurrados para os seus balcões. Como as regras do subsídio de mobilidade não limitam o valor da comissão do agente, dentro do preço total de 400€, o valor da comissão pode ser o que cada agência quiser. É um reforço do financiamento encapotado às agências de viagens.

A medida, não reconhece, nem ataca a raiz do problema: a liberalização, que foi uma escolha do PSD-Madeira, acabou com as obrigações de serviço público e explica os preços altíssimos e o desprezo com que a TAP trata os passageiros para a Madeira. A TAP abusa porque pode, porque os madeirenses não têm alternativa.