Jardim enterrou a Autonomia e vem apontar o dedo a Lisboa

Depois de ter enterrado a Autonomia na dívida oculta, Jardim vem, qual morto-vivo, clamar contra a ameaça externa de Lisboa. O inimigo está cá dentro e foi ele quem o criou e alimentou, ele mesmo é o rosto do inimigo que importa derrotar em setembro!

Depois de ter enterrado a Autonomia e o futuro de muitos madeirenses com a dívida oculta, Jardim vem mais uma vez, qual morto-vivo, clamar contra a ameaça externa de Lisboa. O inimigo está cá dentro e foi ele quem o criou e alimentou, ele mesmo é o rosto do inimigo que importa derrotar em setembro!

Se temos os portos absurdamente caros, o que penaliza todos os madeirenses, a culpa não é de Lisboa, mas de Jardim. Se temos “preços pornográficos” nas ligações aéreas, foi escolha de Jardim ao liberalizar, sem acautelar regras que nos protegessem. Se temos os aeroportos nas mãos de franceses, foi Jardim. Se tantos madeirenses tiveram de emigrar nos últimos 10 anos, tantas pequenas empresas fecharam portas, tantas famílias perderam a casa para o banco, foi culpa da dívida oculta de Jardim.

Se o CINM serve primeiro para render milhões ao Pestana, se o Porto Santo é quase uma ilha privativa do grupo Sousa, se todos nós vamos acabar por pagar 20 milhões pela batota na entrega do centro de inspeção aos Henriques, se o Armas foi escorraçado porque estava a beliscar o monopólio na carga marítima, se a Via Litoral e a Via expresso lucram milhões para AFA e associados, se a lavandaria do hospital foi desmantelada para dar lucro à Serlima, não se deve a Lisboa, mas sim às escolhas do PSD no Governo Regional.

O falhanço do Governo de Albuquerque, é afinal o falhanço de Jardim. Quis ser o Único Importante, para todo o sempre, ao invés de preparar a sua equipa para a sua ausência, inevitável, queimou todo o potencial sucessor, na lógica de “depois de mim o caos”. Se o barco afunda-se à saída do capitão, foi porque o capitão não soube comandar!

O regresso de Jardim ao comando (para tentar salvar do naufrágio à vista) não lhe acrescenta glória, mas antes vergonha por tão desmesurado egocentrismo!

(Foto de Rui Marote / Funchal Notícias)