Governo agachado aos privados, não quer o ferry

Estamos a três meses do verão e não é possível ainda reservar viagens no ferry para o continente. Há um ano atrás o havia a incerteza do atraso do concurso, se haveria interessados, mas agora temos contrato adjudicado para três anos e não há interesse nem do Governo Regional, nem do adjudicatário privado em cumpri-lo.

A secretária do Turismo percorre as feiras do setor a promover o destino Madeira, mas não apresenta a operação ferry para o verão de 2019. As pessoas gostariam de programar as suas viagens com antecedência, mas não é possível fazê-lo para o ferry, porque não há interesse nem do operador privado, nem do Governo Regional que está agachado aos interesses privados.

Há uma atuação deliberada para que a operação corra mal ou nem aconteça, é uma farsa é gozar com os madeirenses: desde os obstáculos criados pela APRAM que afastaram o ARMAS; aos concursos feitos de propósito para ficarem desertos, com condições tais para desmotivar potenciais interessados; a esta adjudicação ao grupo Sousa que ninguém quer cumprir. O Governo Regional faz de conta que está a fazer alguma coisa para trazer de volta o ferry. Deve clarificar rapidamente se vai ou não haver ferry em 2019.

Mas se o PSD está agachado aos grupos económicos, do lado do PS vemos um administrador do Grupo Sousa a ser chamado para coordenar o programa eleitoral no capítulo da economia e vemos o seu candidato a cabeça de lista a criar manobras de diversão, a defender Lisboa como porto de destino do ferry, para desviar as atenções da promiscuidade entre público e privado que envolve esta “telenovela do ferry”. Significa portanto que não quer mudar nada no essencial quanto a ligações marítimas e aos portos e, tal como o PSD, estará refém dos mesmos interesses.

O Bloco de Esquerda quer contribuir para a construção para uma nova maioria na Madeira que enfrente os interesses instalados e rompa com as políticas do PSD, traga um verdadeiro desenvolvimento e futuro para os nossos jovens. Não estará disponível para apoiar políticas de continuidade da subserviência aos interesses privados.