Espaço Paulo Martins inaugurado em setembro

No ano em que se assinala o 40º aniversário da autonomia regional dos Açores e da Madeira, mais concretamente no mês de setembro, será inaugurado, no Funchal, o Espaço Paulo Martins.

O espaço, que assumirá o nome do Comendador da Ordem da Liberdade, ex-deputado da UDP e do Bloco de Esquerda e também fundadores da União do Povo da Madeira (UPM), ficará no centro do Funchal e será uma sala destinada à realização de conferências, tertúlias, sessões públicas, exposições e outras atividades de âmbito cultural e político, pretendendo ser um espaço ao serviço daqueles que o pretendam utilizar para os fins referidos.

O Espaço Paulo Martins poderá ser cedido a quem o solicitar para a realização de conferências, debates ou outras atividades promotoras do exercício da cidadania ativa e da cultura, áreas que o Paulo Martins sempre tentou promover durante a sua vida ativa.

A abertura deste espaço no Funchal pretende também homenagear a memória de Paulo Martins. Eleito há 40 anos para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (27 de Junho de 1976) - no dia do seu aniversário -, foi um dos co-autores do primeiro Regimento da Assembleia e da primeira versão do Estatuto Político-Administrativo.

Foi também um dos deputados que mais se empenhou na instalação da primeira Assembleia Legislativa da Madeira, tendo marcado a História recente da Madeira como um autonomista convicto, que nunca se vergou ao poder, e sempre defendeu os "de baixo" da exploração.

Foi o primeiro deputado a defender a extinção do regime da colonia, tendo trabalhado afincadamente nos primeiros projetos legislativos que permitiram extinguir este regime de exploração dos colonos pelos senhorios. Teve um papel determinante enquanto autor do projeto que atribuiu a reforma aos 60 anos para as bordadeiras de casa, tendo-se empenhado em variadíssimas lutas que ajudaram a melhorar a vida de milhares de madeirenses. Foi também um dos maiores lutadores contra a organização terrorista FLAMA, que semeou o terror quando nos anos seguintes à Revolução de Abril colocaram bombas e mataram algumas pessoas.

Homem de causas, revolucionário, lutador de Abril e por Abril mas acima de tudo um Homem que tomou partido. Foi, juntamente com Francisco Louçã, Luís Fazenda, Miguel Portas, Fernando Rosas e tantos outros, um dos fundadores e dirigentes do Bloco de Esquerda.