Dados orçamentais mostram que "afinal o diabo não chegou em Setembro"

Catarina Martins esteve presente na inauguração do Espaço Paulo Martins

Foram hoje conhecidos os dados do défice das Administrações Públicas que atingiu 3.990 milhões de euros até agosto de 2016 em contas públicas, menos 81 milhões de euros do que o registado no mesmo período de 2015. Para Catarina Martins, que discursava na inauguração do Espaço Paulo Martins, estes são dados que comprovam “que afinal o Diabo não chegou em setembro”, pois “o diabo é sempre e só a luta contra a austeridade”.

"Os dados da execução orçamental mostram uma redução do défice grande e mostram como é possível uma política que recupera rendimentos, em vez de cortes. Mostram como a direita falha em toda a linha as suas previsões depois de ter falhado em toda a linha a sua política e mostra como continua a ser um problema para Portugal, o peso da dívida pública”, referiu a coordenadora do Bloco de Esquerda.

A expressão 'o diabo' foi usada primeiro pelo o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, citado pelo jornal Público, depois de numa reunião ter dito aos sociais-democratas "gozem bem as férias que em setembro vem aí o diabo".

Catarina Martins sublinhou que Portugal precisa de ter outros meios para investir no país “porque não chega uma pequena recuperação no controlar das contas públicas, é preciso de criar emprego para que todas as pessoas possam ser uma vida digna”. Paulo Martins foi recordado pela bloquista como um homem que nunca deixou de lutar pela justiça e “o exemplo de quem, quando toda a gente assobiava para o lado, teve a coragem de desafiar e denunciar o Jardinismo em toda a sua opressão”.

A coordenadora do BE tomou esta posição recorrendo à postura e a um artigo publicado por Paulo Martins sobre a política financeira europeia em 2013.

Guida Vieira, a viúva de Paulo Martins, recordou o político que sempre defendeu os seus ideais, era curioso sobre a ciência e as tecnologias e alguém que podia passar horas a debater sobre um assunto. “Desde que fosse um que ele gostasse”, lembrou.

Já Roberto Almada, do BE-M, sublinhou que o ‘Espaço Paulo Martins’ é uma forma de perpetuar a memória daquele que foi com 23 anos o mais jovem deputado da Assembleia Regional.

O espaço vai acolher conferências, debates e conversas culturais e a primeira irá realizar-se ainda este ano e vai debater os 40 anos da Autonomia. Paulo Martins faleceu, vítima de doença prolongada, a 3 de outubro de 2014, aos 61 anos de idade. Ex-deputado da UDP e o BE, foi um dos fundadores do Bloco.

Foi eleito em 1976, nas primeiras eleições legislativas na Madeira deputado da UDP, sendo o mais jovem parlamentar na altura, e desempenhou estas funções até 2002 e, em 2008, retirou-se de todas as atividades político-partidárias.

Artigo de Patrícia Gouveia em http://www.dnoticias.pt/hemeroteca/613101-dados-orcamentais-mostram-que-...