Bloco de Esquerda Madeira exige que CTT cumpra contrato

A degradação da qualidade dos serviços postais a que assistimos todos os dias é por demais evidente, quer ao nível do atendimento e dos longos tempos de espera quer ao nível da distribuição do correio

O Bloco de Esquerda Madeira e os seus autarcas estiveram esta manhã em contacto com a população da freguesia do Monte onde foi abordada a questão do encerramento do posto dos CTT que serve os munícipes de parte desta freguesia e do Imaculado Coração de Maria.

No contacto que tivemos é evidente o grande descontentamento da população que se vê, mais uma vez, privada de um serviço público fundamental, particularmente para as pessoas mais idosas que ali ia levantar as suas reformas e que se vêm agora obrigadas a dirigirem-se à estação da Penteada ou da Av. Zarco. Estamos a falar de pessoas com mobilidade reduzida, muitas com reformas mínimas e que terão também esse custo de deslocação acrescido. Para não falar que esta concentração de serviços nos postos de correio do centro da cidade irá aumentar ainda mais os tempos de espera, que já são enormes”.

O Bloco de Esquerda considera grave que os CTT, estando contratualmente obrigados à prestação de serviço público, não tenham procurado soluções para resolver esta situação atempadamente e que estejam única e exclusivamente preocupados em salvaguardar os lucros dos seus accionistas.

Exigimos que cumpram o que está no contrato! E se a população desta área que estamos a visitar está abrangida pelos postos de atendimento que foram apresentados, o mesmo já não se passa com a populações das zonas altas do Monte, onde não existe qualquer serviço de correios.

Assim, e sendo a ANACOM a entidade reguladora dos serviços de comunicações postais e a quem compete actuar perante estes graves atropelos de incumprimento que estão a ser feitos pelos CTT na Madeira, o Bloco de Esquerda-Madeira irá solicitar esclarecimentos junto desta entidade sobre quais as medidas que irá tomar a fim de salvaguardar o interesse público e das populações.

A degradação da qualidade dos serviços postais a que assistimos todos os dias é por demais evidente, quer ao nível do atendimento e dos longos tempos de espera quer ao nível da distribuição do correio, o que é também revelador da falta de recursos humanos, sendo que muitos deles estão em situação de precariedade. A pandemia veio aliás demonstrar as enormes falhas dos serviços de distribuição de correspondência e de encomendas e a necessidade premente de reforçar as equipas.

Devemos também realçar que, nos últimos anos, os postos de atendimento dos correios foram sendo encerrados, com perdas evidentes para as populações e agravando ainda mais as assimetrias e desigualdades entre as periferias e os centros urbanos. E, muitas vezes, para colmatar este abandono das suas populações por parte dos CTT, que, recorde-se, foram privatizados em 2014 pelo governo do PSD/CDS, muitos autarcas viram-se na obrigação de contratualizarem este serviço, passando assim o Estado e os recursos públicos e pagarem aos privados por um serviço que detinham e que eram, antes da privatização, de qualidade reconhecida a nível europeu.

O Bloco de Esquerda considera urgente recuperar a empresa pelo controlo público, pelo que constará do seu programa eleitoral a nacionalização das acções representativas do capital social dos CTT.

 

Funchal, 1 de Dezembro de 2021

Dina Letra

Coordenadora Regional

Bloco de Esquerda

 

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