Bloco critica 'balbúrdia' no Departamento de Saúde Mental

A situação que se vive atualmente no Departamento de Saúde Mental do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) preocupa o Bloco de Esquerda que volta a alertar para os mais de mil e quinhentos doentes que se encontram sem acesso a qualquer consulta de Psiquiatria no setor público. 

O BE, que no passado já entregou no Parlamento, uma proposta que recomenda ao Governo Regional que crie condições para a fixação de mais médicos de Psiquiatria no Serviço Regional de Saúde, deu ontem, uma conferência de imprensa, onde veio mais uma vez a público pronunciar-se sobre aquilo que apelida de “balbúrdia no serviço Regional de Saúde”.

A situação que se vive atualmente no serviço Regional de Psiquiatria preocupa o Bloco de Esquerda, que já alertara no passado, para os mais de mil e quinhentos doentes que se encontram em tratamento. Doentes esses, que em alguns casos, necessitam de acompanhamento permanente, mas desde que “acompanhados, podem ter uma qualidade de vida muito aceitável”.

O líder regional Bloquista, Roberto Almada, o porta voz da iniciativa, lembrou que, “no final deste mês corremos o risco de ter um serviço de Psiquiatria do SESARAM perfeitamente desmantelado, sem qualquer médico psiquiatra e sem qualquer capacidade de resposta”. De acordo com informações veiculadas por alguns órgãos de comunicação social, a demissão do diretor do serviço de Psiquiatria, levará a que o serviço passe a contar com apenas um médico psiquiatra no fim do corrente mês.

Para Roberto Almada, esta “irresponsabilidade nas políticas de saúde na Região na área mental, já vem de longe”, o que levanta sérias questões, nomeadamente “sobre em que medida esta balbúrdia no Serviço Regional de Saúde tem contribuído ou não para que nos últimos tempos tenhamos tido um aumento considerável nas tentativas de suicídio que têm ocorrido na Região.”

É ainda opinião desta força partidária, que tem de haver um esforço por parte do Governo Regional da Madeira, para criar incentivos para a fixação de médicos psiquiatras no SESARAM. Os profissionais existem, o problema é que optam pelo sector privado sem que o sector público tenha criado condições para a sua permanência.

O Bloco de Esquerda apela, portanto, a uma maior aposta nos meios técnicos e humanos dos serviços de saúde mental, não deixando, no entanto, de apresentar um requerimento a pedir a presença do Secretário Regional da Saúde afim de ser questionado.

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