BE denuncia privatização da Horários do Funchal

O Coordenador do BE, Paulino Ascenção, é da opinião de que a empresa pública deveria gerir toda a rede regional de transporte público

O Bloco de Esquerda deslocou-se na manhã de domingo à Fundoa para denunciar o que considera ser a “privatização parcial” da Horários do Funchal (HF), da subsidiária Carros de São Gonçalo, que assegura as carreiras para Santana, Curral das Freiras e Camacha e que a acontecer “contraria a garantia dada por Miguel Albuquerque de que a HF não seria privatizada”.

Paulino Ascenção disse que a rede de transportes públicos rodoviários deve ser gerida pelo Estado, em nome do interesse público. E dá o exemplo dos CTT que, após a privatização, apresenta uma “degradação da qualidade dos serviços prestados e das condições de trabalho dos funcionários” com “despedimentos e encerramento de estações”.

O coordenador regional do BE quer transportes públicos mais baratos e com maior qualidade, AMS diz que tal só é possível se houver “investimento público na renovação da frota de autocarros e nas ajudas à exploração para baixar os preços dos passes e dos bilhetes”. Considera que o Estado não tem de apoiar os lucros dos privados e deve “assumir directamente a gestão, com rigor e transparência e fomentar a participação dos trabalhadores e dos utentes na administração”.

Para Paulino Ascenção, a forma mais eficaz de tratar esta questão é ter uma empresa pública a gerir toda a rede regional de transportes como forma de “garantir a integração dos passes e bilhetes; da informação aos utentes e de prosseguir uma política de incentivos ao uso do transporte colectivo em detrimento do transporte individual, uma vez que o novo regime jurídico dos transportes públicos “permite que o governo regional atribua à Horários do Funchal a gestão de toda a rede da Madeira, sem ter de indemnizar os privados” e as licenças caducam em Dezembro de 2019 por força da Lei.

Desta forma, o BE já apresentou na Assembleia Regional uma iniciativa no sentido de ser a Horários do Funchal e ficar com toda a rede de transportes na ilha da Madeira, que deverá ser discutida brevemente. “A empresa dos Carros de São Gonçalo não deve ser privatizada, pelo contrário a Horários do Funchal deve absorver as restantes companhias privadas e tornar-se o único operador a nível regional”, defende o Coordenador do BE Madeira.

 

Publicado em Dnoticias.pt